O ataque à publicidade!

Ricardo Florêncio

Director Editorial Marketeer

Vive-se, actualmente, um ataque à publicidade. A publicidade passou a ser diabolizada como se fosse responsável pelos grandes males que grassam pelo País. São cada vez mais os sectores, as áreas, produtos e serviços, que vivem debaixo de uma legislação, que, ou os proíbe, ou coloca-lhes tantas restrições e limitações, que, muitas vezes, o efeito fica nulo.

Mas analisemos o cerne da questão. Quais são os objectivos reais destas restrições e limitações? Porquê tanta regulamentação? Porquê tanta lei e tanta regra? Para que serve? Para defender e informar mais e melhor o consumidor/utilizador? Proteger os consumidores? A sério? E estão a conseguir?

Todas estas leis, regras e processos estão a fazer com que o consumidor fique mais bem informado, que fique totalmente esclarecido ou, pelo contrário, com tanto ruído e tanta informação paralela, o consumidor fica é mais baralhado, desinformado e até desinteressado?

Lembremo-nos que a publicidade tem, obviamente, uma componente promocional, mas também tem uma vertente de informação, divulgação e, mesmo, de formação. É através das muitas e diversas formas de publicidade que são veiculadas as informações sobre as características de um certo produto ou serviço, que necessidades satisfaz e, com base nestas informações, podemos tomar as nossas opções.

Sim, porque no fim, somos nós – os consumidores – que tomamos as opções. Não somos obrigados e comprar, adquirir, usar. Poderão e deverão existir regras na comunicação, de limites que proíbam os excessos e que obriguem a informar se determinado produto ou serviços tem efeitos directos ou secundários, que fazem mal à saúde.
Agora colocar tantas proibições, entraves e regras não parece beneficiar ninguém, muito menos aqueles que deveriam ser os principais beneficiários destas mesmas medidas, ou seja, os consumidores.

Editorial publicado na edição de Agosto de 2019 da revista Marketeer

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