Nuno Santos vai confrontar legalmente RTP

«Hoje é já possível afirmar que a conclusão daquele que é conhecido como o caso “Brutosgate” corresponde, afinal, ao meu despedimento.» É desta forma categórica que Nuno Santos sintetiza o processo que o conduziu, esta semana, ao afastamento da RTP.

Numa conferência de imprensa dada hoje num hotel de Lisboa, o antigo director de informação da RTP defendeu ainda que o seu despedimento estava preparado antes mesmo da sua ida à Comissão Parlamentar para a Ética, a Cidadania e a Comunicação da Assembleia da República. «No momento em que acaba de ser promovido o meu silenciamento, através de uma suspensão que me impede de frequentar as instalações da RTP e, consequentemente, de trabalhar, convoquei este encontro para explicar à opinião pública algumas questões que se me afiguram essenciais para o entendimento do que verdadeiramente está em causa», explicou Nuno Santos para sublinhar que o Conselho de Administração da RTP entendeu que passagens das declarações que prestou no Parlamento consubstanciam a prática de grave infracção disciplinar.

«O Conselho de Administração da RTP entendeu que a circunstância de ter referido que fui sujeito a um julgamento sumário, consubstancia a prática de grave infracção disciplinar. Poderá, então, o Conselho de Administração, explicar como se qualifica uma situação em que, antes de qualquer inquérito, me imputou oralmente e por escrito ter autorizado que a PSP visionasse “brutos” na RTP?», questionou.

Mais ainda, disse: «O Conselho de Administração da RTP entendeu também, descontextualizando-a, que a explicitação que fiz das razões que conduziram ao meu pedido de demissão do (muito específico e legalmente preservado) cargo de director de informação da RTP seria uma prática de grave infracção disciplinar e de violação do dever de respeito».

Para Nuno Santos, não há qualquer dúvida de que o alcance da intervenção «da administração da RTP nesta área era e foi meramente a de liquidar de forma sumária» a sua imagem profissional na praça pública.

Suspenso de toda a sua actividade profissional de jornalista e impedido de trabalhar, Nuno Santos faz então saber ter já dado instruções aos seus advogados para que utilizem todos os recursos previstos na lei não só para o defender mas, também, «para confrontar o Conselho de Administração da RTP com a justiça».

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