
Novos hábitos de consumo (impulsionados pela Geração Z) estão a transformar a indústria do vinho
A indústria do vinho está a passar por uma transformação sem precedentes e muito se deve à Geração Z (mas não só). Em 2023, a produção caiu 2%, atingindo o menor nível desde 1961, de acordo com o World Wine Production Outlook 2024 da Organização Internacional do Vinho e da Vinha, devido a fatores climáticos e eventos meteorológicos adversos. O consumo também recuou 2,6% em relação a 2022, refletindo mudanças nos hábitos dos consumidores.
“As pessoas estão ativamente a tentar beber menos”, disse Richard Halstead, COO Consumer Insights & Custom Analytics, no IWSR, uma plataforma de análise de dados relacionada com o consumo de álcool. “Enquanto bebidas como conhaque e uísque ainda são reservadas para ocasiões especiais, bebidas como vinho e cerveja — que costumavam ser as preferidas do dia a dia — estão sofrer uma queda”, explicou.
Os vinhos orgânicos e de laranja, opções sem álcool e safras finas de alta qualidade estão a tornar-se alvo de maior procura, à medida que a crescente conscientização sobre saúde e a inflação crescente mudam os hábitos do consumidor.
“A indústria está a pensar em como as pessoas podem gastar um pouco mais de dinheiro com isto, tornando o produto mais interessante”, explicou Halstead. “As pessoas querem estar no controlo, estão mais interessadas no produto em si, em vez de ser simplesmente um mecanismo de entrega de álcool”, remata.
Esse interesse mais especializado impulsionou o crescimento do que costumavam ser áreas de nicho da produção de vinho. De acordo com um estudo da empresa de pesquisa de mercado Horizon, o tamanho do mercado de vinho orgânico verá uma taxa de crescimento anual composta de 10,3% entre 2024 e 2030, com a Europa a gerar a maior receita.
As gerações mais jovens também estão a liderar o crescimento de uma área diferente da indústria: vinhos com baixo teor alcoólico ou sem álcool.
A Geração Z — geralmente definida como aqueles nascidos entre 1996 e 2012 — agora representa 45% dos consumidores e, em contraste com os pais, preferem o bem-estar.
O ISWR observou que, à medida que o mercado de bebidas sem álcool passa por um “período transformador de crescimento”, o vinho assume a liderança.