Novo confinamento gerou 30% de quebras na facturação

Fruto do novo confinamento geral, o valor facturado pelos negócios portugueses voltou a decrescer, tendo-se registado uma quebra de 30%.

Estado, do Reduniq Insights, refere-se às últimas três semanas de Janeiro quando comparadas com a primeira semana desse mês. A Reduniq refere, no entanto, que o impacto na actividade económica está a ser menor agora que no primeiro confinamento, em que as perdas ascenderam 44% ao fim de três semanas do primeiro Estado de Emergência.

Outra diferença observada na comparação entre os dois confinamentos gerais verifica-se na performance conseguida pelas várias categorias do sistema retalhista. No caso da saúde e gasolineiras, registaram uma menor quebra de consumo três semanas após o novo lockdown, tendo estas reduzido a facturação em 7% e 27%. Já no confinamento de Março de 2020, as quebras haviam sido de 81% e 51%, respectivamente.

A Restauração e os Cafés registam uma quebra de facturação menos acentuada (60% em 2021 face a 83% em 2020). Já as categorias mais afectadas foram a Moda, Perfumarias e Cabeleireiros, com quebras respectivas de 92%, 86% e 79%.

Já as categorias dos electrodomésticos e tecnologias e do retalho alimentar, ao contrário do que aconteceu no último ano, não alcançaram um pico de facturação. Desta vez, a categoria electrónica registou uma quebra de 23% e o retalho alimentar de 6%.

«Após uma primeira quinzena do mês de Janeiro, que reflectiu um comportamento de consumo praticamente normalizado, e que seguia uma linha de recuperação já registada em Dezembro de 2020, o País voltou a deparar-se com um novo confinamento geral que, apesar do impacto negativo nos negócios, teve as suas particularidades quando comparado com o primeiro confinamento. Desde logo a própria composição deste lockdown, que implicou o encerramento de menos actividades e a manutenção da rotina de trabalho de diversos portugueses. Para além disso, o comportamento dos consumidores também mudou, agora mais conhecedores do cenário de pandemia, no qual passaram a utilizar soluções de pagamentos mais diversificadas – desde os formatos físicos até ao e-commerce – chegando mesmo a alterar os seus tradicionais hábitos de consumo aquando do confinamento parcial aos fins-de-semana, onde as sextas-feiras se tornaram o dia da semana com maiores níveis de consumo, substituindo o fim-de-semana nas tradicionais compras e idas ao supermercado», afirma Tiago Oom, director da Reduniq.

O Reduniq Insights apura ainda que todos os distritos registam quebras menos acentuadas face ao primeiro confinamento. Os distritos que tinham maior actividade turística foram novamente os mais afectados: Lisboa, Faro e Porto registaram decréscimos de 32%, 31% e 30%, respectivamente. Por sua vez, os Açores, Beja e Portalegre sentiram menos quebras, com 10%, 12% e 13%.

O Reduniq Insights revela ainda uma quebra de 55% na facturação estrangeira e de 6% na facturação proveniente de cartões nacionais. No total, a facturação global do sistema de retalho português desceu 16% face a 2019, resultado para o qual contribuiu, significativamente, a quebra homóloga de 36,1% no segundo trimestre de 2020.

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