Nova SBE: Novos caminhos para a educação

O desenvolvimento de talento na Nova SBE é guiado pelo princípio de que os alunos, sejam eles de licenciatura, mestrado ou executivos, têm a oportunidade de se tornarem melhores líderes para o mundo. Em entrevista à Marketeer, Pedro Brito, Associate Dean da Nova SBE, explicou com esta universidade portuguesa de portas abertas para o mundo se posiciona no mercado e desenvolve a nível internacional.

Quais são, actualmente, os valores e missão da Nova SBE?

Recentemente, a Edelman Trust Barometer demonstrou que a sociedade tem uma expectativa crescente de que as empresas e, em particular, os seus líderes sejam responsáveis por resolverem muitos dos desafios societais, sejam eles ligados a questões de diversidade e inclusão, disparidade de riqueza, falta de crescimento económico, saúde mental, ineficiência política, entre muitos outros.

Por isso, acreditamos que os líderes do futuro devem estar preparados para mais do que a criação de riqueza para os accionistas. Devem ser cada vez mais líderes para o futuro, que compreendem a sua responsabilidade para com as suas equipas, clientes, sociedade. Que possuem não só o melhor conhecimento e skills, mas também um conjunto de competências sociais, fundamentais para contribuírem para um mundo melhor. O “aprender a aprender”, o auto-agenciamento, ou o saber lidar com a incerteza, são apenas alguns exemplos do que acreditamos serem ferramentas essenciais para o futuro.

Mas, para assegurar que entregamos o melhor conhecimento, temos de apostar na melhor investigação. Os nossos professores, através dos muitos centros de investigação da Nova SBE, são a incubadora de conhecimento que garante não só uma educação de qualidade, mas também a tomada de decisão mais informada por parte de empresas e entidades públicas.

É por esta razão que a nossa missão passa por “ser uma comunidade dedicada ao desenvolvimento de talento e conhecimento com impacto no mundo”.

Como é que a Nova SBE “olha para o mundo” e como pode essa visão colaborar para a alavancagem das empresas portuguesas no contexto internacional?

A nossa visão de que somos uma plataforma de talento e conhecimento para o mundo pode ser alavancada pelas empresas portuguesas, tenham elas uma ambição internacional ou foco no mercado nacional. De forma muito clara, deixo alguns exemplos de desafios das empresas e como a Nova SBE pode colaborar:

• “Quero explorar a hipótese de internacionalizar para um determinado mercado, mas não tenho os recursos necessários para compreender se este cenário é viável.” – Os alunos dos diferentes mestrados da Nova SBE podem desenvolver um projecto, no âmbito de uma das cadeiras do curso ou mesmo para ter uma base para a sua tese, em grupos multidisciplinares, com a mentoria de professores especializados na matéria. Os temas podem variar, de acordo com as necessidades das empresas, mas estratégia, marketing, análise de mercado, são algumas das áreas que os alunos exploram nos mais de 250 projectos realizados por ano na escola.

• “Preciso dos melhores talentos para me apoiar no mercado internacional.” – 70% dos alunos de mestrado da Nova SBE são internacionais, oriundos de mais de 90 países. As empresas têm por isso acesso a talentos com uma educação de elevada qualidade, com vontade de trabalhar no mercado internacional, que potencialmente conhecem o mercado porque viveram grande parte da sua vida nesta realidade.

• “Gostaria de identificar uma solução inovadora para um determinado mercado ou para o consumidor/cliente do futuro.” – Os nossos ecossistemas de inovação e instituto de empreendedorismo trabalham com os clientes do futuro, os alunos, assim como professores, especialistas, startups, empresas e muitos outros stakeholders no processo de ideação e prototipagem de soluções de elevado impacto para as empresas parceiras.

• “Preciso de dados que me permitam tomar decisões sobre o meu negócio.” – A capacidade de desenvolvimento de estudos que apoiam o processo de tomada de decisão das empresas portuguesas, assim como o expertise dos nossos professores em áreas tão diversificadas como estratégia, finanças, globalização, sustentabilidade, marketing ou inovação, asseguram que os nossos parceiros nunca se sentem sozinhos na resolução dos desafios da internacionalização.

Que desafios têm sentido nesta adaptação constante às necessidades do mercado?

De uma forma geral, a área da educação tem crescido muito e rapidamente. E, como consequência, alguns desafios têm emergido, mas destacaria a necessidade de modernização tecnológica.

Esta necessidade resulta de muitos factores, mas destacaria os que me parecem mais relevantes para o futuro da educação:

Personalização – o aumento exponencial de formatos de aprendizagem, conteúdos cada vez mais segmentados e facilidade do acesso a conhecimento têm impulsionado uma crescente expectativa de personalização da jornada do aluno individual ou das empresas que procuram soluções customizadas. A tecnologia, e em particular a inteligência artificial, tem um papel fundamental em todo o processo – desde a avaliação das necessidades, até às recomendações mais adequadas de formação ou ao acompanhamento da evolução do aluno, etc.

Transferência de conhecimento – a rapidez com que temos de aprender exige que saibamos aprender melhor, e de preferência que consigamos aplicar os conhecimentos adquiridos ou competências desenvolvidas no nosso dia-a-dia. A introdução de soluções tecnológicas que permitam aos alunos ter um guia de aplicação prática, customizada à sua realidade, é apenas um exemplo de como a tecnologia assume cada vez mais um papel central na educação.

Carreiras – a expectativa crescente dos alunos mais jovens e também dos executivos relativamente ao papel das escolas no desenvolvimento das suas carreiras exige que se desenvolvam soluções personalizadas, mas escaláveis. Apenas a tecnologia poderá responder a esta dicotomia.

Modelos de negócio – finalmente, as escolas precisam de fazer evoluir não só os currículos, mas os próprios modelos de negócio, para que seja possível responder à expectativa de lifelong learning dos alunos. Se, de facto, pretendemos que as pessoas aprendam ao longo da vida, temos de encontrar formas para apoiarmos esta jornada de longo prazo.

Criaram, em 2021, o Mestrado Executivo em Marketing e Estratégia. Porque sentiram esta necessidade?

Cada vez mais pessoas e empresas têm manifestado a necessidade de realizar um movimento contínuo de aprendizagem para garantir a sua competitividade no mercado.

Os programas de curta duração oferecem uma perspectiva global sobre os temas, mas com pouco espaço para a profundidade que o re-skilling ou o up-skilling exigem. Escolher desenvolver um Mestrado Executivo na área de Marketing e Estratégia foi evidente, porque a criação de valor para os clientes, organização ou investidores é cada vez mais complexa. E enquanto algumas disciplinas têm sentido uma evolução mais gradual, o Marketing e a Estratégia foram alvo de disrupção absoluta por conta da tecnologia.

Os profissionais de marketing que queiram evoluir nas suas carreiras precisam de incorporar a dimensão estratégica e tecnológica de forma mais integrada. É por isso importante aprofundar conhecimentos nestas áreas, dando ênfase às componentes de inovação e digitalização e promovendo um olhar estratégico focado no mercado.

Em que medida este mestrado pode fazer a diferença num mercado tão competitivo?

Este Mestrado Executivo é sobretudo dirigido a gestores e decisores das áreas de marketing e planeamento estratégico, gestores de negócio, equipas de projectos de qualquer nível profissional que desejam desenvolver as suas competências em marketing e estratégia, com forte ênfase na inovação e em como lidar com as oportunidades e os desafios proporcionados pela digitalização.

Um programa desta natureza é composto por uma etapa curricular e uma parte de projecto, em que os alunos terão de desenvolver a sua tese para obtenção do grau de mestre. Além disso, os participantes deste mestrado são convidados a participar num conjunto de eventos de aprendizagem e networking, que lhes permitem explorar oportunidades para as suas organizações e para as suas carreiras.

No caso do Mestrado Executivo de Marketing e Estratégia, pretendemos expor os alunos a tendências inovadoras nas áreas do programa, preparando-os para lidar com os importantes desafios que as empresas enfrentam actualmente.

Já o work project destina-se a preparar os alunos para actividades de investigação aplicadas à realidade empresarial, quer de natureza qualitativa, quer de natureza quantitativa, em estreita colaboração com o orientador. Este projecto poderá criar enorme valor para a empresa destinatária, assim como poderá posicionar o aluno na organização ou sector em questão.

As parcerias têm também um papel fundamental na estratégia da Nova SBE. Em que áreas mais destacam a importância das mesmas?

As parcerias que fomos estabelecendo ao longo dos anos têm influenciado positivamente a capacidade de a escola cumprir a missão de “ser uma comunidade dedicada ao desenvolvimento de talento e conhecimento com impacto no mundo”, criando valor para todos.

É a generosidade dos parceiros em abrirem as portas aos nossos alunos para realizarem projectos aplicados aos seus desafios que nos permite oferecer oportunidades de desenvolvimento académico únicas. É a coragem dos nossos parceiros que nos permite inovar. São eles que nos desafiam a pensar e construir em conjunto soluções sobre os mais variados temas. Desde o desenvolvimento de um produto ou serviço, um projecto de internacionalização, ou explorar a possibilidade de criação de novos modelos de negócio.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Empresas 100% Portuguesas”, publicado na edição de Abril (n.º 321) da Marketeer.

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