Nike renova pelo 6.º ano consecutivo título da marca mais valiosa do mundo
O valor da marca das 500 maiores empresas do Mundo pode vir a perder cerca de 1 bilião de dólares devido ao efeito devastador do surto do coronavírus, sendo o sector de vestuário um dos mais afectados, de acordo com os mais recentes dados do Brand Finance Global 500 2020.
Apesar dos tempos conturbados, pelo sexto ano consecutivo, a Nike conquistou o título de marca de vestuário mais valiosa do Mundo, registando um aumento de 7% no seu valor e atingindo 34,8 mil milhões de dólares. A gigante desportiva concentrou-se na implementação de uma estratégia de distribuição, reduzindo drasticamente o número de retalhistas que vendiam os seus produtos, com o objectivo de recuperar o controlo do relação com os clientes da marca e melhorar as margens de lucro.
A eterna rival, Adidas, teve um ano de menos sucesso, registando uma queda de 1% no valor da marca, ficando-se pelos 16,5 mil milhões de dólares.
Ambas as marcas, no entanto, foram forçadas a fechar lojas devido à pandemia e, portanto, as vendas vão acusar a pressão das medidas restritivas dos países onde marcam presença. A Adidas anunciou que espera perder mais de mil milhões de dólares em vendas no primeiro trimestre de 2020, referindo-se apenas à China.
As gigantes do desporto precisarão de confiar nos seus negócios de comércio electrónico. A Nike superou a marca de mil milhões de dólares em vendas online trimestrais, no ano passado. Um feito que não apenas demonstra o domínio absoluto da marca no sector, mas que também a coloca numa posição sólida para enfrentar o desafio da actual turbulência mundial.
A estes gigantes junta-se a icónica marca de jeans Levi’s, a marca que mais cresceu no ranking deste ano, aumentando em 38% o seu valor, passando a valer 4,1 mil milhões de dólares. 2019 foi um ano sólido para a marca, pois comemorou a maior taxa de crescimento em mais de 25 anos. A marca, que tradicionalmente se apoia na linha de roupas masculinas, agora possui moda feminina como o segmento de crescimento mais rápido, testemunhando a bem-sucedida estratégia de diversificação da marca.
Em contraste, a Valentino (a valer 1,4 mil milhões de dólares) e a Gap (1,6 mil milhões) são as duas marcas em queda mais rápida no ranking, ambas com uma queda de 39% no seu valor.
A marca italiana de moda de luxo Valentino está a desacelerar nas receitas e vendas, face ao ano anterior, principalmente na performance no seu principal mercado, o chinês – que responde por aproximadamente 30% das vendas da marca – afectada pela agitação civil vivida em Hong Kong e nos EUA, mas também pela desaceleração geral da economia chinesa.
Da mesma forma, a Gap tem registado um declínio das vendas, sentido a saída abrupta do CEO, Art Peck, bem como o plano de fechar 230 das suas lojas a curto/médio prazo.
Com um valor de marca de 14,6 mil milhões de dólares, destaque para a retalhista espanhola Zara que caiu para a 6.ª posição, numa queda de 21% no seu valor. A Bershka, também do Inditex Group, sofreu um destino semelhante, com o valor a descer 26% para 1,6 mil milhões de dólares.
Como em todas as marcas do sector, a Zara e a Bershka estão a evidenciar uma queda significativa na visibilidade com o encerramento de lojas e os consumidores confinados em casa.
Neste ranking destaca-se ainda a Rolex. Isto porque para além de medir o valor geral da marca, o Brand Finance também avalia a força relativa das marcas, com base em factores como investimento em marketing, familiaridade, lealdade, satisfação da equipa e reputação. De acordo com estes critérios, a Rolex (apesar da queda de 2% para 7,9 mil milhões) é a marca de vestuário mais forte do Mundo, com uma pontuação no índice de força da marca (BSI) de 89,8 em 100 e uma classificação de força da marca AAA +.
O mercado global de relógios de luxo vive um crescimento contínuo nos últimos anos – resultado da crescente procura protagonizada pelos Millennials’e do aumento de vendas nos canais de comércio electrónico.
A Rolex, juntamente com outras marcas de vestuário de luxo, está agora a preparar-se para sofrer uma queda acentuada nas vendas, uma vez que restrições de viagem, rápido desemprego e incerteza económica mundial face à pandemia.