New York Times sob chuva de criticas por rejeitar anúncio que chama “genocídio” à crise de Gaza
O New York Times foi criticado por não ter publicado um anúncio do American Friends Service Committee (AFSC), uma organização Quaker que defende a paz e a justiça. O anúncio, que descrevia as ações de Israel em Gaza como “genocídio”, pretendia exortar o Congresso a suspender a ajuda militar dos EUA a Israel.
No entanto, a equipa de aceitação de anúncios do Times sugeriu a substituição do termo “genocídio” por “guerra”, invocando as suas complexidades legais e interpretativas. A AFSC recusou a alteração, o que levou à rejeição do anúncio.
Joyce Ajlouny, secretária-geral da AFSC, condenou a decisão, argumentando que esta perpetua a marginalização das perspectivas palestinianas nos principais meios de comunicação social. Ela detalhou a necessidade de confrontar realidades difíceis em busca de justiça.
A organização apontou para um número crescente de grupos de direitos humanos e especialistas legais, incluindo uma decisão provisória do Tribunal Internacional de Justiça de 2024, que descreveu as ações de Israel em Gaza como genocidas.
A decisão do Times contrasta com a de outros grandes meios de comunicação, como o The Washington Post, que publicou recentemente um anúncio da Amnistia Internacional com uma linguagem semelhante.
“O New York Times anuncia uma grande variedade de produtos e mensagens de defesa sobre os quais existem opiniões divergentes. Porque é que não é aceitável publicitar as atrocidades meticulosamente documentadas cometidas por Israel e pagas pelos Estados Unidos?”, questionou a diretora de relações com os media do grupo, Layne Mullett. Para a organização Quaker, a rejeição é emblemática dos desafios enfrentados pelos grupos que se esforçam por chamar a atenção para a situação dos palestinianos.
A longa história de trabalho humanitário da AFSC em Gaza remonta a 1948. Nos últimos meses, a equipa da organização forneceu milhões de refeições e kits de higiene aos residentes deslocados.