Vêm aí “novos desafios”: as principais tendências do mercado de trabalho para 2025 na área do Marketing

Num contexto de estabilidade económica moderada, com a desaceleração dos preços ao mesmo tempo que se enfrenta escassez de talento, regulamentação e crescentes exigências dos candidatos, é notório que todos os setores acabam por sofrer.

A Michael Page, empresa de recrutamento líder, acaba de lançar o estudo anual sobre as principais tendências do mercado português de trabalho para 2025 para quadros médios e superiores em grandes empresas e, segundo as conclusões do mesmo, avizinham-se tempos complexos com aceleração das transformações no mercado de trabalho.

De acordo com Álvaro Fernández, diretor-geral da Michael Page, no próximo ano “as empresas deverão enfrentar novos desafios relacionados com o desenvolvimento de novas competências, a competição por talento, especialmente em setores como o tecnológico e industrial”.

Segundo este, atualmente “as empresas encontram-se numa encruzilhada, tentando responder às crescentes exigências dos candidatos em termos de salário, condições de trabalho e cultura empresarial, enquanto enfrentam restrições económicas e a necessidade de se adaptarem à nova regulamentação, como a diretiva europeia sobre transparência e equidade salarial”. Assim, “as empresas que se ajustarem de forma proativa a estas expetativas e reforçarem as suas políticas de diversidade e inclusão, terão mais vantagem competitiva para atrair e reter talento“.

Vários fatores continuarão a ter uma forte influência na avaliação salarial, como a escassez estrutural de perfis qualificados e a incerteza que incentiva o tecido empresarial a agir com prudência. Simultaneamente, catalisadores como o desenvolvimento de novas competências, em particular ligadas à IA, transição ambiental e legislação, acentuam a complexidade dos desafios do mercado de trabalho em 2025.

No setor do Sales & Marketing, em Portugal, o mercado de trabalho deverá continuar a transformar-se num ambiente de alta competitividade e inovação no próximo ano. De acordo com o estudo, a inflação e a necessidade de reter talento vão exigir que as empresas ofereçam aumentos salariais significativos, situados entre 4% e 9%, para atrair profissionais qualificados. As organizações estão ainda a investir em pacotes de compensação atrativos e em ambientes de trabalho que promovam o crescimento e o desenvolvimento contínuo.

Neste setor, os profissionais com formação académica sólida, experiência internacional e domínio de inglês são particularmente procurados. Na área de Sales, a procura é intensa por profissionais com competências em vendas consultivas e técnicas, com capacidade de apresentar soluções personalizadas e construir relações duradouras com os clientes. É igualmente valorizado o conhecimento aprofundado do setor e capacidade analítica, fundamentais para o sucesso a longo prazo.

No Marketing, a digitalização e o uso estratégico de dados tornaram-se indispensáveis. As empresas estão a focar-se em competências digitais e analíticas para criar e medir estratégias eficazes. Soft skills como liderança, inovação e comunicação, são também cruciais para navegar num ambiente de trabalho em rápida mudança e altamente competitivo.

Refira-se que em funções de marketing e comunicação generalistas, um Diretor de Marketing pode auferir até 85 mil euros e um Diretor de Comunicação 72 mil euros, enquanto nas funções ligadas ao marketing digital, o Head of Digital pode auferir até 80 mil euros. No Digital, o plafond máximo é de 110 mil euros para a função de Diretor de e-Commerce.

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