Na rua da Trombeta, o Médio Oriente serve-se à mesa

Imagine alguns pratos de comida do Médio Oriente, entre um bom falafel ou um ganoush. Agora, coloque isso à mesa de um restaurante completamente contemporâneo e cosmopolita. Chefs com portas abertas em pleno Bairro Alto. Acrescente burburinho, vida, aroma a especiarias, sorrisos e uma cozinha aberta para a sala e de onde se destaca o enorme forno a lenha. O resultado será o Tantura.

Apesar de já ter porta aberta há uns anos, a verdade é que eu nunca tinha ido ao Tantura. O pretexto foi o novo menu de brunch, que acontece aos fins-de-semana. Ora como nem sempre é fácil conseguir conciliar o estar por Lisboa ao fim-de-semana com disponibilidade de tempo, optámos mesmo por ir jantar, a um dia da semana.

Sabíamos que o que por ali se quer honrar e sublinhar é a boa cozinha israelita, até porque Elad Budenshtiin – o chef e co-proprietário – já teve restaurante anterior à sua mudança para Lisboa. Por isso, deixámo-nos ir pelos conselhos de quem conhece a carta em serviço diário, ou não soubéssemos, também, que para o seu receituário se procurou todo um conjunto de inspirações antigas das velhas cozinhas da família dos proprietários (Elad e Itamar Eliyahu).

«Notámos que a maioria das cozinhas do Médio Oriente em Lisboa eram libanesas, e sentimos que havia espaço para um restaurante de diferentes gastronomias do mundo, que representasse o Médio Oriente de uma forma mais abrangente», explica Elad Budenshtiin.

Nós, fomos provando de muito um pouco, entre falafel, ganoush ou shakshuka, pitas e burekas.

Entretanto, e tendo em conta a chegado do Verão, o Tantura desenhou todo um menu de brunch com conceito de partilha e onde se encontram várias especialidades, desde uma série de mazzets, ou spreads, como o labanea (feito com iogurte e alho), baba ganoush (à base de beringela), húmus ou matbucha (salada quente com tomate, pimento e várias especiarias cozidos lentamente, durante várias horas), entre outros e que podem ser combinados com diferentes tipos de pão (de iogurte e azeitona ou beterraba e tomilho, por exemplo). Estão também disponíveis saladas inspiradas em diferentes culturas, como Israel, Líbano e Síria, o guloso Malawach (pão folhado e amanteigado cozinhado na frigideira) típico das manhãs, além de sugestões de conforto à base de ovos.

O brunch é servido entre as 12h00 e 15h30 com bebidas quentes ou frias, desde chás a sumos, ou cocktails.

Texto de M.ª João Vieira Pinto

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