
Mudança e decisão: LLYC lança guia estratégico para líderes empresariais
A transformação constante da sociedade e do mercado é um desafio inevitável para empresas e decisores. Com um novo Presidente nos Estados Unidos, uma Comissão Europeia recentemente empossada e mudanças significativas nas políticas comerciais, o ambiente global está em mutação acelerada. Paralelamente, a evolução da tecnologia e as transformações demográficas reconfiguram o tecido empresarial: a Geração Z já tem um peso semelhante ao dos baby boomers em várias organizações.
Para ajudar líderes e gestores a navegar neste cenário de incerteza, a LLYC lançou o relatório “Liderar, Decidir com Ousadia” (que pode consultar aqui), um estudo que destaca nove realidades incontornáveis que impactam o consumo, as relações laborais, a política, a sustentabilidade e os valores fundamentais da sociedade.
O documento apresenta ainda estratégias para mitigar riscos e potenciar oportunidades, com vários diretores da LLYC a partilharem a sua visão para enfrentar desafios com sucesso. A conclusão do mesmo é de que a “inação, mais do que nunca, é o maior inimigo do sucesso duradouro”.
Prepare-se para a mudança permanente.
Depois de um “super ciclo eleitoral”, com 1,6 milhões de pessoas a terem votado em eleições livres em 2024, chegamos a novas eleições antecipadas, mas não somos os únicos a passar por mudanças políticas. Em vários países, como os EUA ou o Reino Unido, os cidadãos exigiram uma mudança radical. Noutros países, como a Índia, a França ou a África do Sul, transmitiram aos seus governantes que não estavam satisfeitos e obrigaram-nos a formar novas coligações e a acolher novos atores políticos.
Mas, como indica a LLYC, a mudança política não é a única mudança: “Faz parte de um processo tecnológico, cultural e económico mais vasto que engloba praticamente tudo.”
“Até que ponto estamos abertos a colaborar com startups que podem trazer novas tecnologias ou soluções inexploradas? Até que ponto estamos abertos a participar em mudanças ou desenvolvimentos regulamentares e normativos?”, questiona María Esteve, Sócia e Diretora-Geral de Estratégia de Corporate Affairs da LLYC.
Há já algum tempo que falamos de IA
Estamos a entrar num momento chave para sabermos o que podemos esperar do avanço da inteligência artificial (IA). De acordo com o Economist, há atualmente onze milhares de milhões de dólares investidos em centros de dados. A isto junta-se a concorrência cada vez mais feroz entre empresas e modelos de IA.
“A inteligência artificial afeta o bem-estar das pessoas, a gestão de talento, a deteção de grandes padrões e a automatização dos processos. Em suma, tem um enorme impacto nas empresas e será certamente benéfica para os early adopters”, descreve a agência. Nesse sentido, “parece inevitável juntarmo-nos a esta enorme aposta”.
“A IA não é uma moda, é a base da próxima revolução industrial e as empresas que a adotarem no seu modelo vão liderar a próxima década”, afirma Miguel Lucas, Diretor Global de Inovação da LLYC.
Há um recuo em relação aos valores que merecem ser defendidos
Neste novo clima político, muitas empresas estão a abandonar os modelos DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão) e ESG (Ambiente, Sustentabilidade e Governação). É o que se está a ver claramente nos Estados Unidos. É provável que isto entre em conflito com a visão europeia e com a regulamentação da UE, uma vez que o modelo DEI tem um sentido estratégico.
Para Luisa Garcia, Sócia e Diretora-Geral Global de Corporate Affairs da LLYC: “Avançar é possível, mas requer uma análise abrangente. A narrativa resultante deve ser apoiada pela direção e estar totalmente integrada nas equipas de liderança.”
Se quiser que o sucesso perdure, o pior inimigo é a inação
No seu bestseller “Think Again”, o psicólogo organizacional Adam Grant afirma que preferimos a comodidade da certeza à insegurança que provém da dúvida. No campo da economia, este comportamento é designado por path dependency, ou seja, se me saí bem a fazer isto, porque é que devo mudar de estratégia?
Segundo a agência, “atualmente, sem nos darmos conta, muitos de nós podem estar a cometer o grande erro da inação”.
A desinformação já não é um incómodo ocasional. É o novo ecossistema
O Fórum Económico Mundial considera a desinformação e as falsas narrativas como um dos principais riscos para 2025. A Meta eliminou os controlos sobre os conteúdos. Elon Musk alterou o algoritmo do X. O do Tik Tok é um mistério.
Com a fragmentação a aumentar, aumenta também a desinformação, as falsas narrativas e a fragmentação ideológica na conversa pública.
Neste contexto, a LLYC reforça que “os valores da empresa são suscetíveis de serem atacados ou manipulados em proveito próprio, sem que uma resposta formal ou a identificação da verdade seja uma resposta eficaz”. Por isso, “é necessário refletir cuidadosamente sobre a forma de enfrentar a situação”.
A regulamentação está a mudar cada vez mais rápido
Quem não gostaria de influenciar a regulamentação? Bruxelas apresentou o seu principal projeto para os próximos cinco anos: o Competitiveness Compass que contém alguns elementos regulamentares muito disruptivos para qualquer empresa que opere na UE.
“Sentar-se à mesa onde são tomadas as decisões regulamentares tornar-se-á cada vez mais importante. As entidades reguladoras estão cada vez mais conscientes de que precisam de conhecer a experiência dos agentes económicos. E os agentes económicos sabem cada vez melhor como se devem organizar para serem ouvidos de forma transparente”, determina a agência.
As pessoas têm uma relação cada vez mais ambígua com a tecnologia
Os executivos das grandes empresas tecnológicas, como Elon Musk, Mark Zuckerberg, ou os investidores de Silicon Valley, como Peter Thiel ou Marc Andreessen, são cada vez mais influentes na política mundial. Ora, “isto é uma consequência do sucesso dos seus produtos e investimentos, ou do acesso que têm aos decisores políticos”, afiança a LLYC.
Mas deste sucesso, nasce também o ceticismo: “A nossa relação com as redes sociais e o mundo digital é hoje um pouco mais conflituosa do que no passado recente e não devemos considerar os cidadãos como adictos acríticos no lado digital da vida.”
Uma pessoa da geração Z pode vir a ser o seu chefe
No mundo dos países ricos, há 250 milhões de pessoas nascidas entre 1997 e 2012. São a Geração Z. Nos Estados Unidos, já há mais trabalhadores da sua geração do que da geração dos baby boomers e esta é cada vez mais definidora do consumo e condições de trabalho.
“Querem mais sustentabilidade, estão mais preocupados com o clima e a diversidade e não consideram que a carreira seja a prioridade da vida. Querem mais flexibilidade. Ao mesmo tempo que isto acontece, a população está a envelhecer”, lembra a agência determinando a importância de se olha para esta nova geração.
O mundo está a fragmentar-se em blocos: bem-vindo à bioglobalização
Desde a década de 1990, que partimos do princípio que o mundo se tornaria cada vez mais globalizado e que o fluxo de capitais e de mercadorias se tornaria mais fácil e mais barato, começa por adiantar a LLYC.
No entanto, “atualmente, este pressuposto está em crise”. “Estamos perante um novo risco: o da fragmentação. E, mais concretamente, da bipolaridade. Se esta tese estiver correta, os Estados Unidos e a China liderarão dois blocos globais e o resto do mundo terá de escolher entre pertencer a um ou a outro. As cadeias logísticas, as estratégias de exportação e importação, os investimentos no estrangeiro e os padrões de consumo serão profundamente afetados por esta situação”, remata.