Movimento “no-buy” ganha força entre os consumidores e pode ser uma mudança definitiva

Depois do “Dry January”, em que é incentivado o não consumo de álcool durante todo o mês, surge uma nova tendência de abstinência a ganhar força: o movimento ‘no-buy’. De acordo com um estudo do World Advertising Research Center (WARC), este fenómeno está a crescer à medida que os consumidores manifestam cansaço face ao excesso de consumo e passam a reduzir significativamente as suas compras.

Segundo a análise, esta não é a primeira vez que um movimento de contenção de gastos entra no radar mediático, especialmente no início do ano, mas os dados indicam que, desta vez, pode haver uma mudança de comportamento mais profunda.

Mediante a mudança definitiva de comportamento, será importante para as marcas gerir a relevância cultural das tendências. Se por um lado é importante acompanhá-las, por outro é crucial reconhecer quando um conceito se torna saturado para evitar perder impacto.

O que está a acontecer?

O ‘no-buy 2025’ já se tornou um movimento, impulsionado por influenciadores nas redes sociais. Muitos consumidores estão a aderir a desafios que envolvem não comprar itens que não sejam essenciais ou a criar listas de produtos que planeiam evitar.

Nos Estados Unidos, esta tendência tem sido impulsionada pela inflação e pelo aumento da dívida entre os jovens, mas não é um fenómeno restrito a este mercado. No TikTok, utilizadores de Singapura também estão a aderir. De acordo com o Wall Street Journal, as pesquisas no Google por este movimento cresceram 40% em relação ao ano passado e a pesquisa pelo desafio de “não gastar” atingiu um pico histórico.

Ao mesmo tempo que cresce o movimento no-buy, também se verifica um aumento na procura por produtos em segunda mão, como roupa, móveis e livros.

Para as marcas, o desafio passa por equilibrar o desejo do consumidor de comprar menos com ofertas que se alinhem a estes valores. Apostar na circularidade, na transparência e na sustentabilidade pode ser o caminho para se manterem relevantes neste novo cenário.

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