“Momento crítico”: Relatório da EFA alerta para necessidade urgente de sustentabilidade e inovação na indústria da moda
A European Fashion Alliance (EFA) apresentou esta quarta-feira (4 de dezembro), numa importante mesa redonda realizada no Parlamento Europeu, o relatório “The Status of European Fashion Report 2024“, que alerta para o “momento crítico” que se vive na indústria da moda europeia.
O documento destaca os desafios e oportunidades enfrentados pela indústria, “especialmente no contexto de sustentabilidade e mudanças regulatórias”. Mudanças como as que aconteceram no ano passado, em que a União Europeia (UE) adotou uma legislação nova e mais rigorosa que rege a conceção ecológica e a utilização final.
Tendo abordado as várias partes interessadas, como designers, decisores políticos e consumidores, o relatório descreve “estratégias viáveis para orientar a indústria em direção a um futuro sustentável, inclusivo e com visão de futuro”, culminando num manifesto com 10 recomendações.
No que diz respeito aos fatores que colocam a indústria num “momento crítico”, o relatório destaca o impacto negativo do fast fashion, sendo que a percepção pública da indústria é prejudicada pelas práticas insustentáveis desse segmento. Ao mesmo tempo, as PMEs, que poderiam levar a cabo mudanças positivas, enfrentam limitações financeiras e regulatórias.
Outro dos pontos destacados são as novas regulamentações da UE, como o Ecodesign for Sustainable Products Regulation e os passaportes digitais de produtos, que estão a transformar a indústria, mas que muitas PMEs não estão preparadas para acompanhar a mudança.
A transição para modelos de negócios mais sustentáveis e inclusivos é também vista como essencial, mas exige investimentos em educação, inovação e colaboração entre empresas e governos. Há ainda uma oportunidades de inovação que não está ainda a ser devidamente explorada e que, segundo o relatório, pode ser um caminho para a evolução do setor.
No que diz respeito às recomendações, o relatório propõe transformar a moda europeia através da sustentabilidade, inovação e educação. Os pontos-chave passam por fortalecer regulamentações como passaportes digitais e ecodesign, apoiar modelos de negócios circulares, investir em transparência na cadeia de fornecimento e desenvolver competências em sustentabilidade e tecnologia. Também sugere proibir a destruição de produtos que não tenham sido vendidos, promover fibras biodegradáveis no design e priorizar a durabilidade dos produtos, combatendo o impacto negativo da fast fashion.