Miguel Matos: «Sabemos que a Tabaqueira terá um papel importante na recuperação»

O que ficará depois deste “buraco negro” do novo coronavírus? Que marcas iremos ter? E como é que passarão a estar e a comunicar? Não sendo possível qualquer previsão clara e certa, fomos, contudo, tentar perceber de que forma é que algumas das maiores empresas e marcas em Portugal estão a reagir e como esperam sair do momento mais crítico de todos os tempos, a nível mundial. Vamos todos dar a volta?

Miguel Matos, general manager da Tabaqueira

O que está a ser feito, neste momento, para que a sua marca não perca relevância?

Estamos perante uma crise de saúde pública nunca vista e que tem crescido a uma velocidade assustadora e com um impacto
mundial ainda por calcular. Temos sabido responder como país e sociedade, e onde as empresas líderes têm que ser um exemplo na resposta a esta crise e não perder o foco no mais importante que são as pessoas, sejam elas cidadãos, empregados ou consumidores, até porque muitas vezes esses papéis cruzam-se. A nível de empregados, a sua segurança é a prioridade máxima, por isso implementamos todas as medidas de higiene recomendadas pela DGS, e reforçámos o stock de produtos de higienização para uso diário.

Para a nossa crescente base de consumidores, temos vindo a adaptar-nos quase diariamente à medida que temos novas directrizes de controlo desta pandemia e que, no nosso caso, se aplica sobretudo na disponibilidade do serviço pós-venda de IQOS e consumíveis (Heets). Notámos que os consumidores estão a comprar em maior quantidade para evitar mais saídas de casa, logo temos acompanhado o processo logístico de abastecimento dos canais de revenda e garantir que os nossos consumidores sabem onde se podem dirigir para fazer a aquisição ou ter o suporte que necessitam. Temos a nossa equipa comercial e call center (mais de 100 pessoas) a informar regularmente onde se podem dirigir. Estamos empenhados em suportar os nossos parceiros que todos os dias prestam serviços aos nossos consumidores, fornecendo materiais e informação que os ajudem a implementar mecanismos de segurança e higiene.

E temos reforçado os nossos canais digitais e remotos para dar o mesmo nível de serviço de qualidade, mas agora com mais
procura. Como seria de esperar, o e-commerce começa a ganhar mais relevância e temos que garantir que temos condições
para o fazer acontecer até estar na mão do consumidor. Estamos satisfeitos com a nossa capacidade de adaptação, reconhecida pelo nosso consumidor.

E depois deste “buraco negro”, a sua marca será a mesma?

Acreditamos que o mais importante será a recuperação económica do País, sendo que, ao dia de hoje, ainda é impossível de calcular o impacto desta crise de saúde pública. Como uma das principais empresas a nível nacional e um dos maiores exportadores (aproximadamente 600 milhões de euros), sabemos que teremos um papel importante e responsável para contribuir o melhor possível para essa recuperação. Estamos confiantes para os desafios que virão, pois recentemente adoptámos uma nova visão, a de contribuir na mudança de cigarros para produtos sem combustão, e para que todos os fumadores possam aceder a estas alternativas.

Nesta jornada de construir um mundo sem fumo, a nossa última década tem sido altamente desafiante, em que mudámos radicalmente o nosso modelo de negócio mas sempre com o foco em dar as melhores alternativas aos consumidores. Face ao enquadramento actual, temos vindo a adaptar-nos às medidas impostas pelas entidades governativas para manter a disponibilidade e suporte dos nossos produtos, mas criando mais facilidade no contacto com a marca IQOS e reforçando algumas áreas de negócio que, face às limitações de acesso, têm tido mais procura como os nossos canais digitais. O feedback que temos recebido do consumidor tem sido altamente positivo, pelo que estamos confiantes e seguros que a ligação dos nossos consumidores actuais não será prejudicada, mas sim reforçada pelo suporte e a capacidade de adaptar quase diária a este enquadramento que impacta toda a sociedade.

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