Microsoft lança ‘agentes de IA’ que podem ser criados pelos utilizadores
A Microsoft lançou novas ferramentas generativas de inteligência artificial (IA), nomeadamente para permitir que os seus clientes criem os seus próprios “agentes de IA”, assistentes digitais capazes de conversar com humanos e realizar tarefas em seu nome.
“Todas as organizações terão uma constelação de agentes – que vão desde um simples sistema de perguntas e respostas [robô conversacional] até à total autonomia”, realçou a gigante tecnológica norte-americana, em comunicado.
Desde 2023, a Microsoft, a Google e os seus concorrentes têm vindo a implementar rapidamente aplicações generativas de IA como o ChatGPT (OpenAI), que produz todos os tipos de conteúdo mediante consulta simples com linguagem do dia-a-dia. Recentemente ganharam funcionalidades, como a capacidade de interagir oralmente, interpretar imagens ou gerar vídeos.
Mas o ‘santo graal’ de Silicon Valley são os assistentes de IA, que operam utilizando um modelo de linguagem geral, mas também são ‘treinados’ num conjunto de dados específico de uma organização ou pessoa. Um agente de IA com acesso ao calendário e ao e-mail de um indivíduo pode, por exemplo, marcar consultas ou responder a convites.
A partir de novembro, as organizações interessadas poderão criar o seu próprio assistente autónomo de IA através da plataforma Copilot Studio. “Trabalharão em nome de um indivíduo, equipa ou função para executar e orquestrar processos de negócio”, detalhou a Microsoft.
Algumas empresas já testaram o Copilot Studio, como a consultora McKinsey, que desenhou um agente para “acelerar o processo de integração de novos clientes”, reduzindo assim as tarefas administrativas relacionadas em 30%, segundo a gigante do software.
A Microsoft já comercializa assistentes denominados “Copilot”, e anunciou na segunda-feira o lançamento de dez novos agentes autónomos para empresas, especializados em vendas, cadeia de abastecimento e até atendimento ao cliente. O objetivo é que os utilizadores ganhem em produtividade e, portanto, rentabilidade.
Pouco conhecidas do público em geral, estas aplicações comerciais permitem aos grupos tecnológicos justificar os seus investimentos massivos em IA generativa, porque passam a gerar receitas, ao contrário das ferramentas disponibilizadas ‘online’ ao público em geral.
A Microsoft fez uma aposta antecipada na IA generativa ao investir na OpenAI, antes do lançamento do ChatGPT.
A fabricante do Windows injetou um total de 13 mil milhões de dólares na ‘start-up’ californiana e anunciou mais de 15 mil milhões de dólares em investimentos em IA no estrangeiro este ano.
E ainda não acabou: a IA generativa requer novos servidores sofisticados e muita eletricidade, ao ponto da Microsoft, Google e Amazon assinarem contratos de fornecimento de energia nuclear.