Metade das empresas de restauração estão encerradas
51% das empresas de restauração e similares encontram-se actualmente com a sua actividade totalmente suspensa e 36% pondera avançar para a insolvência, uma vez que as receitas realizadas e previstas não permitirão suportar todos os encargos. Os resultados são do inquérito de Janeiro realizado pela AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal junto de mais de mil empresários do sector.
Entre as empresas de restauração inquiridas, 79% registou perdas de facturação superiores a 60% em Janeiro, com a imposição das novas restrições. Os prejuízos têm levado a uma maior dificuldade no pagamento de salários, com 18% a afirmar que não conseguiu efectuar esse pagamento e 18% a assumir que só o fez parcialmente. Além disso, 19% admite que não vai conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do primeiro trimestre.
No sector da hotelaria, o cenário não é mais animador: 31% das empresas de alojamento turístico indicam estar com a sua actividade suspensa. Das empresas que mantiveram as portas abertas em Janeiro, 42% não registou qualquer ocupação e 32% verificou uma taxa de ocupação até 10%. «Para o mês de Fevereiro, 65% das empresas estima uma taxa de ocupação zero e 19% das perspectiva uma ocupação máxima de 10%», adianta a AHRESP, acrescentando que «à data de preenchimento do inquérito, apenas 12% das empresas indicaram ter reservas para o período da Páscoa.»
Em termos contabilísticos, mais de metade (56%) das empresas de alojamento turístico inquiridas registaram perdas de facturação acima de 90%. Como consequência, 26% não conseguiu efectuar o pagamento de salários e 8% só o fez parcialmente. Além disso, 8% teme não conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final de Março.
«A situação de extrema fragilidade que a pandemia de COVID-19 tem vindo a provocar ao longo dos últimos 11 meses nas actividades da restauração, similares e do alojamento turístico está a deixar milhares de empresas e muitos milhares de postos de trabalho sem qualquer viabilidade», alerta a AHRESP, defendendo que «é urgente o reforço imediato dos apoios a fundo perdido».
De acordo com a associação, a grande maioria das micro e pequenas empresas de restauração e alojamento «não têm capacidade para aceder à complexidade» dos apoios do Estado. Em alternativa, a AHRESP defende «a criação de um Mecanismo Único de Apoio às Empresas, que permita um acesso ágil, simplificado e concentrado, através de uma única candidatura, aos apoios disponíveis». «É este o momento de apoiar as 120 mil empresas da restauração, similares e alojamento turístico, os 400 mil postos de trabalho directos que têm a seu cargo, e os muitos outros milhares de empresas e de postos de trabalho que dependem de nós, e da nossa existência enquanto actividade económica», apela.