Troca de verificação de factos por notas da comunidade nas redes sociais da Meta não abrange anúncios

A Meta decidiu substituir os verificadores de factos pelas chamadas notas da comunidade nas redes sociais Facebook, Instagram e Threads, mas esta funcionalidade não será aplicada aos anúncios. De acordo com o The Wall Street Journal, a empresa liderada por Mark Zuckerberg já informou os anunciantes de que as anotações feitas pelos utilizadores em publicações consideradas falsas ou com falta de contexto não se estenderão à publicidade.

A medida tem como objetivo evitar que anunciantes e criadores de conteúdos reduzam a partilha de anúncios ou publicações orgânicas devido ao receio de críticas, explica Lia Haberman, professora de marketing de redes sociais na Universidade da Califórnia, citada pelo jornal.

Esta decisão surge num momento em que a Meta testa a introdução de publicidade no Threads, com a marca Louis Vuitton entre os primeiros anunciantes. A fase inicial aposta em anúncios em formato de imagem, que aparecem entre publicações no feed. No entanto, este teste está, para já, limitado a uma pequena percentagem de utilizadores nos Estados Unidos e no Japão, conforme indicado pela Meta num comunicado interno revelado pela Ad Age.

A experiência decorre na mesma semana em que diversas marcas estão a preparar campanhas para o Super Bowl, agendado para 9 de fevereiro. A Meta espera que o Threads seja incluído nas estratégias publicitárias elaboradas para este evento, considerado um dos maiores momentos do ano para a publicidade.

Curiosamente, o Super Bowl acontece na véspera de uma reestruturação significativa na Meta, com o despedimento de 5% dos seus colaboradores, marcado para 10 de fevereiro. Segundo o The Wall Street Journal, Zuckerberg justificou a decisão num memorando interno, afirmando que pretende “elevar os padrões de gestão de desempenho” e dispensar funcionários com resultados abaixo das expectativas.

Além disso, a Meta está a investir numa estratégia agressiva para aumentar o engajamento nas suas plataformas. A empresa anunciou uma campanha nos Estados Unidos, oferecendo até cinco mil dólares (cerca de 4.770 euros) a criadores de conteúdos que publiquem Reels no Facebook e no Instagram durante os próximos três meses. O objetivo é alcançar números de visualizações comparáveis aos do TikTok, aproveitando as incertezas em torno do futuro da plataforma da ByteDance no mercado norte-americano.

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