Mercado publicitário mundial precisa de dois anos para recuperar da pandemia

As perdas sentidas no mercado publicitário, a nível global, ao longo do último ano na sequência da pandemia de COVID-19 deverão demorar dois anos a serem recuperadas. A previsão é do World Advertising Research Center (WARC), que aponta para perdas de 63 mil milhões de dólares (cerca de 51,4 mil milhões de euros) em 2020.

Este valor corresponde a uma quebra de 10,2% face a 2019, ou de 11% se excluída a campanha eleitoral norte-americana para escolher o novo ocupante da Casa Branca. No total, o mercado publicitário mundial fixou-se nos 552 mil milhões de dólares (451,6 mil milhões de euros), em 2020.

O WARC adianta ainda que as perdas estimadas para 2020 são muito superiores às registadas na crise anterior, de 2009. A análise, reportada pela Marktest, mostra que os meios tradicionais registaram os valores mais baixos de sempre e que o online, embora tenha tinha um papel crucial na reformulação dos negócios, não cresceu. Foi, aliás, o primeiro ano em que os meios online não cresceram desde o crash das Dotcom, no início do novo milénio.

Para este ano, o WARC estima um crescimento de 6,7% no geral do mercado, o que equivaleria a recuperar 59% das perdas de 2020. Para que a trajectória se mantenha positiva e o valor de 2019 seja alcançado, o mercado publicitário terá de crescer 4,4% em 2022.

Portugal ocupa o 18.º lugar na lista dos maiores mercados publicitários, com uma quebra estimada de 14,4% em 2020 e uma recuperação de 6,7% este ano. O top é liderado pelos EUA, logo seguidos pela China e Japão: estes três países concentram 56,6% dos montantes globais de publicidade investidos em 2019.

Porém, quando o tema é crescimento em 2020, são outros três países que se destacam. Das 97 geografias analisadas pelo WARC, somente o Egipto (+5%), Uruguai (+2.5%) e Taiwan (+2.4%) apresentaram subidas em 2020.

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