Mercado global de luxo deve chegar aos 1,5 biliões de euros este ano

O mercado global de luxo deve atingir os 1,5 biliões (milhões de milhões) de euros em 2023, um crescimento de 8 a 10% face a 2022, estabelecendo assim um novo recorde para a indústria, revela um novo estudo da Bain & Company e da Altagamma, associação italiana da indústria de fabricantes de bens de luxo – “Luxury Goods Worldwide Market Study – Fall 2023”.

De acordo com as conclusões, os gastos em experiências, em particular, recuperaram para máximos históricos, impulsionados pelo ressurgimento das interacções sociais e das viagens.

Perante mudanças geopolíticas e macroeconómicas relevantes, o mercado de luxo provou ter uma resiliência sem comparação até agora, com o segmento-chave, os bens de luxo pessoais, a registar um crescimento contínuo em 2023 e que deverá atingir os 362 mil milhões de euros até ao final do ano.

Jóias, roupa e relógios: os líderes do luxo

Os dados demonstram que todas as categorias de luxo estão a crescer, favorecidas pela contínua subida dos preços, o que prejudica parcialmente os volumes. Alimentadas por uma mentalidade de investimento, as jóias deverão atingir os 30 mil milhões de euros em valor de mercado em 2023, com a joalharia premium a afirmar-se um investimento positivo num contexto de incerteza.

O pronto-a-vestir apresenta um crescimento positivo, favorecido pelos consumidores de maiores rendimentos na oferta ultra-topo e uma procura crescente por excelência e durabilidade. Por outro lado, a cosmética está a ser impulsionada pela dinâmica positiva da maquilhagem e dos perfumes, favorecida ainda pelo efeito emergente dos batons nas Américas e na Europa.

Os relógios continuam a prosperar, apesar da crescente polarização em torno de poucos vencedores da indústria. E depois de um desempenho superior nos últimos anos, o crescimento dos artigos em pele começa a abrandar.

Em termos de canais, a monomarca lidera o ecossistema de distribuição, favorecida pela procura dos consumidores por experiências físicas e pelo crescente papel da clientela no impulso das vendas. As experiências físicas e digitais estão a misturar-se cada vez mais, obrigando as marcas a oferecer uma experiência de excelência ao longo de toda a jornada do consumidor.

Ao mesmo tempo, os ambientes multimarca estão a sofrer um forte abrandamento tanto nas grandes cadeias de retalho como nas lojas especializadas, com questões crescentes acerca de como evoluir a proposta de valor para melhor servir as necessidades dos consumidores.

Com 2030 na mira

O estudo prevê que os clientes chineses representarão 35-40% do mercado de bens de luxo pessoais, enquanto os europeus e os americanos representarão juntos 40%. E espera-se que os canais online e monomarca representem dois terços de todo o mercado até 2030.

Neste contexto, as marcas terão de se concentrar em fornecer experiências diferenciadoras e significativas ao longo de toda a jornada do cliente, independentemente do ponto de contacto e interacção. Isto também levará a uma nova época de fusões e aquisições, impulsionada pela necessidade de enfrentar os principais desafios da indústria. Será ainda fundamental liderar na sustentabilidade e adoptar a tecnologia.

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