Mercado dos artigos desportivos deverá chegar aos 395 mil milhões de euros em 2025
O mercado global de artigos e equipamentos desportivos poderá crescer entre 8% e 10% anualmente nos próximos quatro anos, atingindo os 395 mil milhões de euros em 2025. As conclusões são do relatório “Sporting Goods 2022 – The New Normal is Here”, da World Federation of the Sporting Goods Industry (WFSGI) e da McKinsey & Company, que aponta ainda cinco tendências que vão marcar a indústria este ano.
De acordo com a análise, em 2021 a indústria global de bens desportivos conseguiu regressar aos níveis de crescimento anteriores à Covid-19, devido ao aumento do consumo de artigos desportivos na China – mais 23% em comparação com 2020 – e nos Estados Unidos da América, com um aumento de 5%.
«As empresas do sector dos artigos desportivos tiraram partido dos ventos favoráveis, que começaram já em 2020 e aceleraram à medida que a economia global começava a recuperar. No entanto, embora o crescimento tenha regressado em 2021, o jogo alterou-se e o sector está a enfrentar mudanças a nível de padrões de consumo, ruptura da cadeia de abastecimento e transformação do seu ecossistema de distribuição», refere, em comunicado, Ignacio Marcos, sócio senior da McKinsey & Company na Península Ibérica.
Quanto às previsões para 2022, o relatório salienta que é provável que nos próximos 12 meses se mantenham as tendências de crescimento observadas no ano passado, apesar da incerteza sobre o futuro da pandemia e do regresso das restrições de mobilidade.
1. Mudanças no comportamento dos consumidores: Os consumidores estarão activos de diferentes maneiras, destacando uma maior consciência sobre a saúde e um maior compromisso com o exercício, especialmente graças ao crescimento do canal digital. As gerações e os consumidores mais jovens da Índia, China e EUA são mais optimistas e os artigos desportivos são uma das categorias em que prevêem aumentar os gastos. Entre 70-85% dos consumidores espera continuar a utilizar o canal online para o entretenimento e bem-estar.
2. Social commerce: O boom das redes sociais continua a crescer, com os influenciadores e as comunidades digitais a impulsionar uma ligação mais próxima com o comércio. Mais de 80% dos consumidores utiliza canais online para pesquisar produtos. A tendência de livestreaming, estabelecida pela primeira vez na Ásia, continuará a ganhar ímpeto em todo o mundo. O metaverso também está a entrar no campo do desporto.
3. Sustentabilidade: A Covid-19 e a COP26 levaram a uma maior consciência de sustentabilidade. Dois em cada três consumidores afirmam que a promoção da sustentabilidade é um factor de compra importante na hora de adquirir produtos têxteis. À medida que aumentam as expectativas, é esperado que as empresas se foquem ainda mais em materiais sustentáveis, modelos de negócios circulares e em ajudar os consumidores a tomar decisões que reflictam os seus valores.
4. Mudanças no ecossistema de canais: Em 2021, as empresas aceleraram as suas iniciativas para modelos de contacto directo com o cliente (direct to consumer), parcerias digitais e estratégicas com os revendedores. Cerca de 45% das vendas realizou-se através de canais online. Olhando para o futuro, alguns irão dar prioridade ao modelo DTC (novos players), enquanto as grandes marcas se concentrarão na experiência e serviço de uma oferta multicanal nos seus pontos de venda físicos.
5. Ruptura da cadeia de abastecimento: A volatilidade da procura, os bottleneck nas cadeias de produção, o aumento dos custos de matérias-primas e transporte e o bloqueio logístico estão a causar perturbações nas cadeias de abastecimento globais. Ao mesmo tempo, o aumento da actividade online criou maiores expectativas para uma entrega mais rápida e mais conveniente. As empresas do sector podem querer rever estrategicamente as suas cadeias de abastecimento para se prepararem melhor para um futuro incerto.