“Menos Ais”, vuvuzelas e “11 por todos” marcaram 25 anos no apoio à Selecção. A Galp promete manter a emoção
A Galp e a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) renovaram o acordo que liga as duas instituições desde 1999, prolongando-o até 2030.
A celebração do novo contrato de parceria realizou-se, esta terça-feira, na Cidade do Futebol com as presenças de Fernando Gomes, presidente da FPF, João Diogo Silva, administrador executivo da Galp, e do seleccionador nacional, Roberto Martinez.
Com este novo contrato, a Galp e a FPF prolongam por mais seis épocas desportivas uma ligação que se iniciou há 25 anos e que deu origem a várias campanhas, nas quais a Galp destacou valores como o talento, a superação, a competência, a solidariedade ou a ambição.
Numa conversa com Rute Gonçalves, directora de Marca, Marketing e Conveniência da Galp, à margem do evento de celebração do contrato, a Marketeer recordou alguma dessas campanhas emblemáticas como a “Menos Ais”, a das vuvuzelas e a carta da campanha “11 por todos”.
Como é que foi a evolução da relação da Galp com a Federação Portuguesa de Futebol ao longo dos tempos?
Diria que a ligação sempre foi muito emocional, muito de parceria, sempre nesta lógica de nos acrescentarmos mutuamente. A Galp é uma empresa próxima dos portugueses. A Federação e a Selecção Nacional de Futebol também é um palco de emoções e, portanto, a Galp sempre se tentou colocar num papel mais do que de patrocinador, num papel também de fã, dando aos portugueses os instrumentos, as plataformas para eles próprios poderem manifestar esse apoio à Selecção Nacional. Portanto, a Galp teve sempre o papel de fã número 1, dando aos portugueses os instrumentos para eles poderem manifestar o seu apoio. O sucesso das campanhas tem comprovado que esta tem sido uma boa aposta.
Portanto, continua a fazer sentido este apoio da Galp à Federação?
Totalmente. Por isso renovamos o contrato até 2030. A última campanha que fizemos foi novamente uma campanha onde juntámos energias, onde falámos para todos, para os que sabem de futebol e para os que não sabem. É sempre essa óptica de campanhas agregadoras que toquem nas pessoas e que façam com que as pessoas se apropriem da campanha. Não queremos que seja uma campanha a falar da Galp e do patrocínio da Galp. Queremos que as pessoas a tornem delas e que, com essa campanha, possam apoiar e manifestar o seu apoio.
Ao longo destes 25 anos, quais é que foram as campanhas que mais marcaram os portugueses?
É uma pergunta difícil porque foram tantas!
Começando pelo início: 2004 foi uma campanha icónica – a campanha do “Menos Ais”. Fomos super irreverentes. Era uma campanha muito simbólica que desafiava os portugueses, o orgulho dos portugueses. Dizíamos aos portugueses para deixarem o queixume, o fado do coitadinho em foi analisada como um verdadeiro fenómeno sociológico. Os portugueses cantavam a uma só voz o “Menos Ais”, numa lógica “de somos capazes, vamos lá embora, vamos acreditar”. Essa foi a primeira campanha que marcou, de facto.
Depois tivemos muitas, todas elas com sucesso. Tenho de falar na das vuvuzelas. Foi a campanha de 2010. É uma competição que acontecia na África do Sul e, portanto, mais longe de Portugal. Aí o desafio era como motivar os portugueses a apoiarem a selecção quando a maior parte não vai poder estar lá e vai sentir-se muito longe porque a distância é, de facto, muito grande. Veio a ideia da vuvuzela, que é um instrumento que os portugueses tocavam cá em Portugal para fazer chegar lá a nossa energia. A vuvuzela é um instrumento antigo usado entre as tribos para comunicar. Na África do Sul de umas décadas para trás, tinha começado a ser usado no futebol e achámos que era um instrumento que podíamos trazer. Em Portugal achavam que a Galp tinha criado a vuvuzela. Obviamente que não criámos, mas fizemos com que a vuvuzela entrasse no dicionário, nesse ano, da Porto Editora, como a palavra mais inovadora e mais dita. Vendemos mais de meio milhão de vuvuzelas. E, mais uma vez, demos aos portugueses a oportunidade de poderem apoiar a selecção.
Uma campanha que me que me tocou muito foi a que desafiámos jovens a escreverem cartas à selecção, numa altura em que o País estava um bocadinho cabisbaixo. A carta escolhida foi a do Guilherme, um jovem que estava a estudar e que escrevia aos jogadores. Foi a campanha mais rápida que nós alguma vez filmámos. Foi filmada em directo ainda que a sua preparação tenha sido longa. Foram três minutos de filmagem para termos essa campanha no ar. Na prática era o Guilherme a ler, em directo, a carta. Leu para todos os nossos jogadores a carta que ele escreveu. Era uma carta onde ele dizia, “Eu acredito em Portugal, acredito no meu País, quero ficar a estudar em Portugal, quero trabalhar em Portugal”. Os jogadores eram, na prática, a prova desse orgulho e desse acreditar nos valores e no talento de Portugal, não só da selecção, mas de Portugal. Foi uma campanha engraçada em que fizemos posters dos jogadores com várias profissões. Essa campanha também marcou muito pela emoção. Quando há conteúdo, com o qual as pessoas se envolvam, as campanhas têm muito mais probabilidade de ter sucesso.
A de 2024 era uma campanha com muito humor, onde qualquer pessoa se revia, aqueles que percebem muito de futebol e os que não percebem nada. Era uma campanha para todos, onde dizíamos que o que interessa é gostar de Portugal. Correu bastante bem.
Já está a ser pensada a próxima grande campanha?
A nossa estratégia está a mudar um bocadinho. O que queremos, em vez de pensar só nas grandes campanhas, é pensar até lá. Pensar em como é que podemos maximizar o valor desta parceria. E nesse âmbito, estamos a começar a disponibilizar, através da nossa app Mundo Galp, bilhetes para que os adeptos possam ir também apoiar a selecção. Isso não se cinge aos períodos de europeus e de mundiais. É também em todas as fases de qualificação. Estamos também através da nossa plataforma de fidelização a dar a possibilidade de os portugueses poderem ir apoiar a seleção nos estádios em Portugal. Aí já não pensamos só na campanha que virá em 2026, mas já temos campanha a decorrer directamente com os nossos clientes. E para o próximo ano também obviamente que o faremos nas fases de qualificação.
Podem revelar o investimento na renovação da parceria?
A Galp tem a política de não revelar os investimentos. É um investimento de longo prazo. É um grande activo e, portanto, o que tentamos tirar é mais cada vez mais proveito e acrescentar mais contrapartidas a este acordo.
Foi referido durante a intervenção do presidente que a Federação passa a ser cliente da Galp. De que maneira é que isto vai ser capitalizado?
Nós queremos ser parceiros da Federação a apoiá-los em todo o processo de transição energética, da própria Cidade do Futebol e das próprias deslocações da Federação. O que estamos a procurar é, do ponto de vista mobilidade eléctrica, garantir que a Cidade do Futebol está apetrechada de todos os equipamentos necessários para os carros eléctricos e híbridos ao serviço da Federação e para os visitantes, estamos a trabalhar também do ponto de vista do solar e, obviamente, as energias tradicionais onde a Galp trabalha de electricidade, gás natural e combustível, obviamente.
Texto de Maria João Lima