Medialivre demite direção da revista Sábado. Ex-Diretor deixa críticas nas redes sociais
Nuno Tiago Pinto exercia funções de diretor da Sábado desde 2022 enquanto António José Vilela era o seu Adjunto. No dia 15 de janeiro de 2025 foram despedidos desses cargos e “obrigados” a sair de empresa. Agora, o ex-diretor justifica a saída e assume que não foi por vontade própria que “não bateu com a porta” e que o seu afastamento teve contornos que não esperava.
De acordo com uma publicação que Nuno Pinto Tiago fez na sua página de perfil do facebook, o jornalista assume ter recebido a notícia com surpresa e que se sente na obrigação, para com os leitores, de justificar o afastamento.
Para esclarecer as dúvidas de todos os que me tem contactado nos últimos dias: não, não bati com a porta da SÁBADO nem deixei a direção da revista por minha vontade. No passado dia 15 o diretor geral da Médialivre chamou-me para me comunicar que tinha decidido mudar a direção da SÁBADO, composta por mim e pelo diretor adjunto António José Vilela e que ele próprio iria assumir o cargo de diretor. Não foi indicado qualquer motivo. Apenas uma vontade. A decisão teve efeitos imediatos.
Nessa reunião ficou claro que não haveria lugar para ex-diretores na empresa pelo que receberíamos uma chamada do departamento de recursos humanos para tratar da nossa saída, o que aconteceu no dia seguinte. Fomos também imediatamente retirados da ficha técnica da revista impressa na segunda feira e que hoje chega às bancas e ficámos sem funções.
Ontem fomos notificados formalmente do que já nos tinha sido dito informalmente: a nossa saída era justificado com uma reestruturação (apesar dos resultados positivos da SÁBADO nos últimos três anos) que passará pela extinção dos postos de trabalho de diretor e diretor adjunto da SÁBADO. Fomos enviados para casa até a conclusão do processo.
Independentemente do que se seguirá, chega assim ao fim um percurso de quase 20 anos (dos 21 que a SÁBADO celebra em 2025) em que exerci as mais variadas funções dando sempre o melhor de mim. Sem arrependimentos.
Para já faço apenas este esclarecimento para que fique claro o que realmente aconteceu nos últimos dias. Amigos, camaradas jornalistas e leitores merecem uma explicação. A transparência não se aplica só aos outros: também as empresas de comunicação social tem a obrigação de explicarem o que fazem e como. Até breve.”
Ao Jornal de Notícias o atual diretor da revista e diretor-geral editorial da MediaLivre, Carlos Rodrigues, justifica que o despedimento dos dois jornalistas teve que ver com a eficácia da Sábado nas multiplataformas e redução de custos. “A Sábado está pujante, mas precisa de acentuar a eficácia multiplataforma globalmente, a imprensa escrita precisa de baixar custos. Logo a mudança de direção foi uma mera decisão de gestão”.
A 15 de janeiro, dia em que Nuno Tiago Pinto e António José Vilela foram despedidos, o novo diretor anunciou edição online da revista a saída do antecessor “após um período de consolidação do título”, agradecendo “todo o profissionalismo e entusiasmo dedicado ao longo dos últimos anos”, mas sem explicar a mudança de rumo na direção da revista.
Carlos Rodrigues dizia no comunicado que “o grupo vai iniciar uma nova fase de afirmação do projeto Sábado. Uma fase que passará pelo desenvolvimento mais célere da sua vertente multiplataforma, em papel, no digital e na televisão, assente numa equipa com provas dadas na relevância e pertinência da informação, com o espírito de liberdade e independência que caracteriza o Grupo MediaLivre”.