Marketing’22

No entanto, e segundo o ultimo relatório da confederação europeia de marketing, a economia digital está a dominar as principais tendências de marketing este ano, diria mais, este século. A importância do “cliente conectado” e individualizado, deve assumir o centro da estratégia de marketing de qualquer entidade. Conceitos como o de mass market ou mercado de massas está a cair em desuso. Cada vez mais o consumidor é individualizado e valoriza a experiência associada ao produto do que o próprio produto em si, formando assim uma nova “economia de experiência”.

O público mais jovem, em particular, procura estas experiências sociais através dos influencers, que são os novos lideres de opinião, pois humanizam a dita experiencia. Este cliente conectado já não é definido demograficamente, mas sim psicograficamente. Os desejos, as suas necessidades e preferências de utilização são agora o centro das atenções dos marketeers. O futuro da comercialização irá passar por “quotas de sinapse” de clientes conectados em vez de “quotas de mercado”. A importância do omnichannel, dos dados destes clientes, assume uma importância fulcral na determinação de qualquer campanha de marketing nos dias de hoje. Distinguir-se-á quem conseguir tirar melhor partido desta nova forma de comunicar e inter-relacionar-se com os clientes. Neste momento, ainda temos um equilíbrio entre o marketing tradicional (p.e. produção e distribuição de folhetos no retalho) e o desenvolvimento de competências, processos e sistemas orientados para o marketing por dados, o Big Data.

No mesmo relatório da Confederação Europeia de Marketing que dita as principais tendências de marketing na agenda de 2022, podemos constatar alguns dados importantes, como os tópicos considerados mais importantes para cerca de seis mil responsáveis de marketing europeus (figura 1).

O Marketing Digital, bem como Brand Strategy & Management ganham claramente uma posição de destaque, logo a seguir ao não menos importante Costumer Experience Management, reforçando o que digo no artigo.

Não deixa de ser interessante olhar para este quadro em baixo (figura 2). Uma comparação das declarações feitas pelos gestores de marketing e vendas na Europa no ano anterior (como parte do Marketing Europeu Agenda 2021) com os tópicos mais importantes para 2022 e mais além mostra uma clara mudança nos tópicos em foco (figura 2).

Claramente, estamos a assistir a uma mudança de paradigma por toda a Europa. Na prática, os efeitos da pandemia ainda se fazem sentir, como motor acelerador para uma digitalização e virtualização de toda a economia. Se por um lado temos a transformação digital como uma evidencia já mais do que assumida, por outro, temos factores de extrema importância em 2022 que passam pela gestão das experiências do consumidor em tempo real.

Outro quadro que me pareceu interessante analisar é a comparação de prioridades nos vários países envolvidos neste relatório.

Em 2022, segundo os responsáveis de marketing auditados, Portugal irá concentrar-se no “Marketing digital (no total)” (54%), “Estratégia de marca & gestão” (40%) ou mesmo “Marketing & optimização de conteúdos” (23%). Apenas pouco menos de 1% destes responsáveis irá dar atenção a temas como a “Inovação e desenvolvimento de produtos” ou “Social media marketing” e “Customer Experience Management”. Isto deverá gerar um alerta de contra-corrente com as recomendações do relatório europeu. Mas, claro, tudo depende do contexto e da realidade nos diferentes países. O traço comum que veio para ficar assenta no rastreamento da experiência do consumidor, na digitalização cada vez mais vincada do comércio internacional e local e toda a gestão associada a estes vectores. Diria que para uma boa estratégia de marketing nos dias que correm é fundamental segui-los a par com boas ferramentas de software tais como uma boa CRM.