Marketing ao serviço da inovação: encontro feliz entre marcas e empresas nos eventos
Por Pankaj Parshotam, Chief Marketing Officer da Innowave
Hoje em dia, a quantidade de informação e de estímulos visuais que nos rodeiam é tão grande que o recurso a ferramentas inovadoras para criar uma comunicação mais eficaz com o público e influenciar a percepção que este tem de uma empresa ou marca é cada vez mais crucial.
O Marketing de Inovação é disso exemplo. Trata-se de uma área que tem conquistado espaço nas estratégias das empresas e uma peça fundamental para alcançarem o sucesso.
Mas os desafios existem, a começar pela necessidade das empresas se diferenciarem num mercado saturado e que tenta a todo o custo criar engagement com o público-alvo. Ou ainda, a dificuldade para medir o ROI (Retorno Sobre Investimento), o que pode dificultar a justificação de gastos em marketing e produção. Conseguir ter impacto efectivo na audiência através da presença da sua marca num evento é, em suma, o grande desafio.
A verdade é que os eventos, sejam desportivos ou musicais, por exemplo, são um local privilegiado para pôr em prática acções de marketing diferenciadas. Ali, aposta-se na criação de valor, na personalização e na utilização de tecnologias emergentes para melhorar a experiência e a jornada do consumidor. Por exemplo, a tecnologia cashless, ao permitir a compra de bilhetes de uma forma seamless, é uma das ferramentas que mudou, e facilitou, completamente a experiência do utilizador.
E, em boa verdade, as marcas e empresas perceberam isso e cada vez mais contemplam a inovação de marketing no seu planeamento estratégico. Algo que ajudou também ao reposicionamento de empresas 100% focadas em B2B a entrarem no panorama que outrora era dominado pelas grandes empresas de consumo. No plano internacional, lembro um espaço como The Sphere, em Las Vegas, que proporciona aos participantes dos eventos que ali se realizam experiências verdadeiramente imersivas.
De facto, o marketing de inovação proporciona experiências únicas ao público e representa uma abordagem dinâmica e orientada para o futuro na forma de promover eventos e que só através da estreita colaboração entre todos os parceiros de um evento – organização, patrocinadores e innovation partners – é possível pôr em prática.
Veja-se o exemplo nacional do Millennium Estoril Open, em que, através da sua app oficial e de um assistente virtual potenciado por Inteligência Artificial Generativa, o evento de ténis disponibiliza informações relacionadas com as competições como notícias, dados detalhados sobre os jogadores, a agenda dos jogos, os resultados do torneio, a possibilidade de fazer check-in e a acreditação e ainda uma selfie cam que permite que os visitantes possam captar os melhores momentos dos jogos e partilhar as imagens no ecrã scoreboard do court central. É o recurso ao user generated content no seu melhor!
Esta é a prova de como o marketing de inovação, a par dos reconhecidos resultados mensuráveis, como o aumento da participação e o retorno financeiro, também oferece uma série de benefícios intangíveis. Destaco o fortalecimento da marca do evento, a criação de vínculos emocionais com os participantes e o estabelecimento de uma reputação de liderança no sector.
Por isso, não hesito em dizer que, à medida que avançamos nesta era de mudanças tão significativas, o marketing de inovação torna-se num imperativo. Mas com uma ressalva: mais ainda do que ser inovador, falar de eventos é falar também da relação que se cria com a audiência, e essa, só se consegue com a equipa certa, com empatia, criatividade e abertura à inovação. Só assim é possível conseguir um encontro feliz entre marcas e consumidores e uma impressão duradoura e significativa.