Marketeer Sound Experience: «As marcas deviam trabalhar melhor o Audio Branding»
«É preciso consistência e coerência» quando se quer trabalhar Audio Branding, já que esta é uma aproximação estratégica ao som que uma marca quer ter. Consistência porque o som escolhido por uma marca deve estar de acordo com os seus valores e deve permanecer no tempo. Coerência, porque todos os elementos envolvidos, seja a música, a voz ou os sound effects, devem estar, de alguma forma, ligados. «Não faz sentido estar constantemente a mudar, por exemplo, a música associada à marca sempre que se lança um novo anúncio», confirmou ontem Manuel Faria, CEO da produtora Índigo, naquela que foi a primeira Marketeer Sound Experience e que teve como mote “A Importância do Som e da Música para as Marcas”.
Numa conversa conduzida pelo director de Marketing da Volkswagen, Ricardo Tomaz, Manuel Faria sublinhou ainda a necessidade de haver «algum cuidado» na relação das marcas com a música. Os dois casos mais perigosos consistem em marcas que são maiores do que a música a que se querem associar e, no sentido oposto, em marcas que são muito mais pequenas do que a música. Neste último, encontram-se marcas que querem marcar presença em grandes festivais de música como o Rock in Rio mas que não fazem nada além do investimento inicial, não apostam em divulgação. Aqui, a marca fica condenada a ser esmagada pela marca que é o festival. Já quando a marca é muito maior do que a música, por exemplo quando quer patrocinar uma banda que ainda está a começar, o mais provável é que a marca continue e a banda fique pelo caminho. Para Manuel Faria, este tipo de situações não resulta, tem de haver equilíbrio.
Desengane-se, por isso, quem pense que o único som associado a uma marca é o seu jingle ou outra música que passe numa campanha isolada. Por entre experiências, o CEO da Índigo explica que a capacidade auditiva dos humanos é 800 vezes superior à sua capacidade visual. Tendo este dado em mente, as marcas deveriam aproveitar melhor este que é um sentido tão esquecido.
Texto de Filipa Almeida
Foto de Paulo Alexandrino