Marcas sem propósito estão a perder terreno junto dos consumidores

Quase dois terços (64%) dos utilizadores de internet na Europa considera que as marcas devem dedicar pelo menos parte da sua comunicação à pandemia ou a temas relacionados com a crise sanitária. Os números são de Maio de 2020 mas, de acordo com a empresa de estudos de mercado eMarketer, reflectem uma tendência mais abrangente: marcas que não tiverem um propósito definido e que se limitarem a comunicar os seus produtos e serviços estão condenadas a perder a atenção dos consumidores.

Segundo a eMarketer, os consumidores a nível europeu começam a ver, cada vez mais, as marcas de uma perspectiva abrangente, estando mais despertos para a forma como vão além da publicidade e interagem com a sociedade. Nesse sentido, insígnias que não demonstrem qualquer tipo de interesse em envolver-se no que se passa no Mundo serão riscadas da lista de compras.

Na mesma medida, marcas que sejam vistas como estando associadas à disseminação do novo coronavírus também perdem a confiança do público. No primeiro semestre do ano passado, 54% dos consumidores franceses, por exemplo, não queria comprar artigos de empresas chinesas. Dados da Morning Consult apontam também para 52% dos britânicos e para 47 dos alemães.

«É claro que, em 2021, mais consumidores vão manter as credenciais éticas dos retalhistas debaixo de olho», afirma Karin von Abrams, analista da eMarketer responsável pelo mercado da Europa Ocidental. De acordo com a especialista, «os consumidores acreditam que o comportamento eticamente responsável das empresas deve ser um compromisso a longo prazo».

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