Marcas de turismo juntam-se ao boicote à Rússia

O leque de empresas, de todos os sectores de actividade, que vão suspendendo ou até mesmo terminando as suas operações no mercado russo tem vindo a crescer desde o início da guerra na Ucrânia e as empresas de turismo não são excepção. Desde plataformas de reservas de viagens e alojamento a operadoras de aviação e de cruzeiros, passando pela manutenção aeronáutica, várias são as marcas que se juntam ao movimento de bloqueio à Rússia e de apoio aos cidadãos ucranianos.

A plataforma de alojamento Airbnb disponibilizou alojamento temporário gratuito para até 100 mil refugiados em fuga da Ucrânia. As estadias serão financiadas pela empresa, através de doações para o Fundo para Refugiados da Airbnb.org (uma ONG), e pelos próprios anfitriões que se quiserem juntar à iniciativa. Numa publicação no Twitter, a 3 de Março, o CEO do Airbnb, Brian Chesky, anunciou também a suspensão das operações da empresa na Rússia e na Bielorrúsia.

Além disso, Brian Chesky deu também conta que clientes de todo o mundo estão a reservar alojamento na Ucrânia através da plataforma, mesmo sem poderem beneficiar do serviço. Só em 48 horas foram reservadas mais de 61 mil noites, que representam cerca de 1,9 milhões de dólares (1,7 milhões de euros) em receitas para os anfitriões ucranianos.

Ainda no sector das reservas, o Expedia Group anunciou na semana passada que “cessou a venda de viagens de e para a Rússia”, o que inclui o serviço de aluguer de casas Vrbo. Em comunicado, a gigante das reservas afirmou estar “triste pelos acontecimentos que continuam a desenrolar-se na Ucrânia”, mas sublinhou que vai “continuar a fazer os possíveis para apoiar os viajantes, parceiros e funcionários que tenham família e amigos nas áreas afectadas.”

A espanhola eDreams Odigeo encerrou o seu website na Rússia logo a 28 de Fevereiro e removeu todas as companhias aéreas russas e bielorussas do seu inventário, enquanto a Booking e a Tripadvisor também decidiram suspender as suas operações nos dois países aliados. “A cada dia que passa, à medida que a urgência desta devastadora guerra na Ucrânia se intensifica, acontece o mesmo com as complexidades de fazer negócios nesta região”, justificou Glenn Fogel, CEO da Booking, num post no LinkedIn.

No sector da aviação, a norte-americana Boeing e a europeia Airbus suspenderam o apoio às linhas aéreas da Rússia. Um porta-voz da Boeing confirmou, de acordo com a CNN Business, que o suporte técnico seria cessado e que iriam suspender grande parte das operações naquele território. Além disso, anuncia que irão fechar temporariamente o escritório da empresa em Kiev.

Também a Sabre, a Amadeus e a Travelport deixaram de prestar os seus serviços de distribuição à companhia russa Aeroflot, excluindo esta companhia dos sistemas de reservas de voos.

Já no sector dos cruzeiros, a MSC Cruzeiros anunciou a suspensão das escalas dos seus navios em São Petersburgo, na Rússia, “devido aos recentes desenvolvimentos na região e às preocupações que existem a nível de segurança”. Os quatro navios da companhia com ligação ao Mar Báltico que tinham incluído São Petersburgo em qualquer dos seus itinerários de Verão terão agora como portos alternativos Estocolmo (Suécia), Helsínquia (Finlândia) ou Tallinn (Estónia).

Outras empresas deste sector, como a Norwegian Cruise Line, a Viking Cruises, a Carnival Cruise Line ou a Royal Caribbean também substituíram as escalas em território russo por outros portos nos países nórdicos.

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