Marcas de Retalho e Restauração prevêm desastre no sector
De acordo com um inquérito da Associação Marcas de Retalho e Restauração, a maioria dos seus membros enfrentam graves dificuldades económicas resultantes da Covid-19, como a incapacidade de pagamento de rendas e a fornecedores.
Esse inquérito, feito a empresas detentoras de mais de 2000 lojas nos centros comerciais em Portugal, apura que 91% dos membros da Associação Marcas de Retalho e Restauração não paga rendas deste o encerramento dos estabelecimentos. É revelado ainda que, a 15 de Março, 55,1% suspendeu os pagamentos a fornecedores. Quanto a perspectivas, apenas 7,3% dos associados tem meios para evitar uma insolvência nos próximos 12 meses.
80,5% dos associados afirma que a sobrevivência depende de três factores: comportamento do mercado, negociação com os centros comerciais e apoios do governo (prorrogação do lay off).
No entanto, pela positiva, há a destacar que 79% das empresas inquiridas não despediram qualquer trabalhador e apenas 14% tem salários em atraso.
«É urgente que o Governo adopte as nove medidas apresentadas no documento entregue ao Ministério da Economia e que prevêem, entre outras medidas, a flexibilização das rendas durante o período de encerramento forçado e período subsequente, IVA em prestações e prorrogação do lay off», afirma Miguel Pina Martins, porta-voz e um dos fundadores da Associação de Marcas de Retalho e Restauração.
E prossegue. «Os resultados deste inquérito ilustram que todo o sector concorda com o que até aqui temos vindo a defender. Reforçamos – é absolutamente necessário e urgente que o Governo legisle sobre a necessidade de carência das rendas no período de encerramento total ou parcial da actividade. Caso contrário não há condições para a sobrevivência das nossas empresas, nem mesmo com a retoma gradual.»
A Associação de Marcas de Retalho e Restauração afirma que este sector representa mais de 100 mil postos de trabalho e um volume de negócios superior a 10 mil milhões de euros.