Marca de cafés que emprega pessoas com distúrbios mentais chega a Portugal

Entrar num café-restaurante da Joyeux é ter a garantia de encontrar pelo menos uma pessoa portadora de distúrbio mental ou cognitivo. A marca francesa tem como bandeira a formação e contratação de pessoas com estas características de forma a promover a sua inclusão no mercado de trabalho. E Portugal é o primeiro destino internacional.

A Fundação Émeraude Solidaire e a Associação Vilacomvida fecharam uma parceria para o desenvolvimento do franchising da marca Café Joyeux no mercado nacional, estando previstas as primeiras aberturas para as cidades de Lisboa e Cascais, este ano e no próximo, respectivamente.

Até 2026, a Associação VilacomVida pretende inaugurar cinco a sete cafés-restaurantes desta insígnia, o que significaria a criação de cerca de uma centena de postos de trabalho.

Filipa Pinto Coelho, presidente da associação, afirma que é «um grande orgulho e privilégio, mas também uma grande responsabilidade, o desenvolvimento no nosso território da marca solidária e inclusiva Joyeux». Em Portugal, há registo de aproximadamente 600 mil pessoas portadoras de deficiência, das quais 200 mil com distúrbios mentais e cognitivos.

Por outro lado, as empresas privadas, com mais de 10 colaboradores, empregam menos de 0,5% das pessoas portadoras de distúrbios mentais e cognitivos e a administração pública menos de 2,3%, de acordo com dados reportados em comunicado. É por números como estes que Filipa Pinto Coelho elogia o projecto.

«A nossa missão é mudar o olhar sobre a incapacidade mental e cognitiva através do encontro e da partilha, propondo uma oferta de qualidade no âmbito da restauração, permitindo desta forma um contacto mais próximo, regular e positivo com a diferença. A assinatura deste acordo é o culminar de um longo e profundo trabalho de conhecimento mútuo entre os dois projectos, o que para a VilacomVida começou com o projecto-piloto CafécomVida», conta a presidente da associação.

Artigos relacionados