MAPFRE: A população sénior e o mercado segurador

Com a expectativa de vida em constante crescimento e uma taxa de natalidade em declínio, Portugal depara-se com uma população cada vez mais envelhecida. E ainda que o envelhecimento seja, também, um sinal de progresso social, principalmente quando associado a qualidade de vida, a verdade é que este fenómeno traz consigo desafios e oportunidades.

A primeira destas oportunidades é simples: o aumento da esperança de vida (pelo menos mais quinze anos de vida em relação aos nossos avós) tem levado a que as pessoas entre os cinquenta e os setenta anos, saudáveis e bem preparadas, possam continuar a trabalhar, a poupar, a criar e a consumir.

Neste novo cenário, novas empresas, ideias e negócios nascerão para servir a população com idades compreendidas entre os 55 e os 70 anos, e as empresas de marketing e publicidade terão de desenhar produtos, serviços e campanhas específicas para atender às necessidades destas pessoas e das empresas e governos que as querem satisfazer.

Para consciencializar a sociedade acerca de questões relacionadas com o envelhecimento da população, mas também com os problemas e desafios que daí decorrem, como a tão falada discriminação por “idadismo”, que surge cada vez mais em ambientes onde gerações mais jovens e mais velhas se cruzam, ou mesmo para questões relacionadas com a solidão, a MAPFRE tem vindo a contribuir para a discussão e aprofundamento de questões relacionadas com o envelhecimento.

Sabendo que a população com mais de 55 anos é, nada mais, a que possui 25% do PIB da Europa e que em 2025 será responsável por 37,8% dos seus empregos, a Fundação MAPFRE fundou em 2020 o Centro de Investigação Ageingnomics (um neologismo que junta as palavras Ageing e Economics), de forma a centrar-se nos temas do envelhecimento da população e nos novos cenários que estão a surgir graças ao que a OCDE definiu como a “economia prateada”. Com uma actividade intensa inicialmente em Espanha, a Fundação MAPFRE tem vindo a desenvolver um conhecimento aprofundado sobre o envelhecimento da população e, desta forma, ajudado a transformar mentalidades.

Com a disponibilização de dados fidedignos e abordando nos estudos temas como o talento, o emprego, a disponibilidade financeira, a posse de imóveis, os interesses, o sistema de pensões, a resposta social, entre outros, o Centro de Investigação Ageingnomics pretende ajudar a definir estratégias, a detectar oportunidades e a desenhar políticas, mas especialmente soluções, serviços e produtos.

A seguradora MAPFRE trabalha também há vários anos para disponibilizar produtos e serviços que atendam às expectativas desta população, garantindo simultaneamente que, no colectivo de trabalhadores que a nível mundial superam as 31 mil pessoas, de diferentes gerações, sejam integradas da melhor forma na empresa.

Neste momento, há que combater o preconceito falado acima, lutando contra a discriminação baseada na idade e procurando soluções que levem ao progresso das sociedades como um todo.

De facto, idadismo é palavra “non grata” no processo de construção de uma cultura inclusiva, que permite que diferentes gerações compartilhem conhecimentos. E na MAPFRE é também referência proibida quando se trabalha para chegar com campanhas adequadas a populações mais seniores que não são… velhas.

Ainda que seja um desafio complexo, a verdade é que a população sénior tem muito a oferecer, tanto em termos de experiência quanto de contribuição para a sociedade e economia. Com uma visão orientada para o futuro, Portugal pode aproveitar ao máximo o potencial da população sénior e construir uma sociedade mais inclusiva, justa e sustentável para todas as diversas gerações.

Em Portugal, dois anos permitiram a realização de dois estudos de enorme relevância, que deram a conhecer melhor a geração silver no nosso País: o I Barómetro do Consumidor Sénior e o Ranking Territórios. Segue-se um breve resumo sobre as conclusões de cada um deles.

ESTUDOS DA GERAÇÃO PRATEADA EM PORTUGAL

O Ranking Territórios – Economia Sénior Portugal 2022 é o mais recente estudo desenvolvido pela Fundação MAPFRE e apresentado em Outubro deste ano no nosso País.

Trouxe informações valiosas sobre a situação da geração silver em Portugal e olhou de forma especial para cada uma das regiões nacionais, retirando algumas conclusões surpreendentes sobre cada uma das regiões portuguesas:

• Região Centro: 84,98% da população com mais de 55 anos detém casa própria já paga.

• Área Metropolitana de Lisboa: salários médios mais elevados entre a população acima dos 55 anos.

• Algarve: região com maior taxa de pessoas com mais de 55 anos que se mantêm activas.

• Alentejo: região com melhor resposta social.

Já o I Barómetro do Consumidor Sénior, da Fundação MAPFRE, demonstra que:

• a maioria dos seniores presta apoio aos seus filhos e consegue poupar mensalmente;

• taxa de poupança tende a aumentar ligeiramente com a idade, sendo este um indicador de estabilidade económica nesta faixa etária;

• 41,7% das pessoas com mais de 55 anos desempenham um papel fundamental como rede de apoio para os seus filhos, sugerindo tratar-se de uma população que se encontra activa e disposta a contribuir para o bem-estar das suas famílias.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Seguros”, publicado na edição de Novembro (n.º 328) da Marketeer.

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