Mais de 50 combinações de tartes? Xake n’bake aposta em personalização na cozinha

Primeiro passo: escolher a base. Segundo passo: seleccionar um recheio. Terceiro passo: encontrar o topping ideal para complementar os ingredientes anteriores. São estas as etapas necessárias para encomendar uma tarte na Xake n’bake, marca que nasceu em tempo de pandemia e que se dedica à criação de tartes personalizadas com mais de 50 combinações possíveis.

Jorge Pinto, responsável da Xake n’bake, explica que desde cedo ficou definido que não queriam ser uma marca que tinha muitos produtos diferentes e que não se destacava em nenhum. Focaram-se, por isso, numa só sobremesa, que pode ter base tradicional de bolacha, mas também de frutos secos, por exemplo, respondendo a novas necessidades e exigências dos consumidores em busca de alternativas mais saudáveis ou que respeitem determinadas intolerâncias.

«O tema das restrições alimentares não foi algo pensado de raiz na criação do projecto. Foi uma necessidade que surgiu e na qual resolvemos investir tempo, de forma a obtermos mais conhecimento sobre o tema», conta Jorge Pinto à Marketeer.

Acompanhe a entrevista na íntegra:

Como surgiu a ideia para criar a Xake n’bake?

Tínhamos já há algum tempo vontade de iniciar um projecto próprio em que pudéssemos aplicar algumas ideias e conceitos em que acreditamos. De entre um conjunto de actividades que adoramos fazer, viajar e cozinhar são, sem dúvida, aquelas que mais evidenciam. Qualquer projecto que iniciássemos queríamos que fosse ligado uma destas áreas e, curiosamente, o primeiro “esboço” até foi algo ligado à organização de viagens.

Logo a seguir, chegou a pandemia e o confinamento que nos deu o sinal de que precisávamos para decidir e a disponibilidade de tempo para o fazer. As viagens não existiam, de um momento para o outro, todo o mundo estava confinado em casa e, portanto, a escolha tornou-se óbvia. Como temos ambos outras actividades profissionais, o facto de estarmos confinados permitiu-nos desenvolver a ideia e o conceito durante os fins-de-semana e os finais de dia quando tínhamos tempo livre para aplicar. Começámos a desenvolver o projecto em Abril e, quando achámos que tínhamos algo bem fundamentado e planeado, lançámos a marca, no dia 15 de Agosto 2020.

Quais foram as principais dificuldades que sentiram ao lançar a marca em tempo de pandemia?

O projecto foi criado, desenvolvido e lançado em plena pandemia mas nunca olhámos para isso como uma dificuldade mas sim como uma oportunidade. As pessoas estavam em casa, com mais tempo livre para absorver as nossas mensagens e a nossa comunicação. Em qualquer altura, mas principalmente numa época de pandemia, é fundamental para as marcas serem relevantes e impactantes no conteúdo que transmitem para o seu público-alvo. Foi isso que tentámos fazer, comunicando um conceito simples mas diferenciador. Um produto conhecido, mas com poucas opções bem trabalhadas no mercado e em que existe uma posição top of mind por ocupar.

Existem sempre dificuldades inerentes ao arranque de um projecto mas não consideramos que essas dificuldades tenham sido exponenciadas pela pandemia. Numa escala completamente diferente, a Disney, Airbnb, Apple, Microsoft e muitos outros negócios começaram quando o mundo parecia estar a acabar. Isso tem de nos servir de inspiração para seguirmos os nossos objectivos.

As tartes são o vosso foco neste momento. Podem alargar a outros produtos?

Desde cedo definimos que não queríamos ser uma marca que tinha muitos produtos diferentes e que não se destacava em nenhum. Não precisávamos de ter muitos produtos, precisávamos de ter um produto que fosse realmente bom e que o público ligasse automaticamente à marca. Esse é o nosso foco no momento e no futuro a médio prazo, consolidar a marca e crescer de forma sustentável naquilo em que queremos ser conhecidos – ter as melhores tartes – que podem ser personalizadas. A inclusão de novos produtos complementares é algo que pode acontecer a longo prazo, o “bake” que consta no nome foi um pouco a pensar nisso também, mas não será para já.

Quais são os produtos mais populares?

A combinação mais pedida é a base de Bolacha Maria com recheio de Doce de Leite e topping de Morangos. Mas, em geral, todas as combinações têm rotatividade. No início deste ano, fizemos um pequeno ajuste ao menu e retirámos duas ou três opções que não tinham tanta procura e adicionámos outras alternativas. Queremos ter um menu que vá ao encontro daquilo que o consumidor procura: se existir alguma opção na carta que não tem procura, tem de ser substituída.

Têm uma preocupação com as diferentes restrições alimentares. De que forma?

Sim, temos de ter. O tema das restrições alimentares não foi algo pensado de raiz na criação do projecto. Foi uma necessidade que surgiu e na qual resolvemos investir tempo, de forma a obtermos mais conhecimento sobre o tema. Existem várias pessoas, adultos e crianças, que por terem restrições alimentares, como a doença celíaca, têm de seguir uma dieta isenta de glúten e têm muita dificuldade em encontrar opções no mercado para as suas necessidades.

Uma vez, tivemos uma encomenda em que a mãe de uma criança nos dizia que a filha não comia um doce (bolo, tarte ou outro) há anos porque não existiam opções válidas no mercado. Aprendemos sempre com o feedback do cliente, mas no caso das restrições alimentares isso é ainda mais importante porque as pessoas que passam por essas limitações têm muita informação e conhecimento sobre o tema. Temos o máximo cuidado com a contaminação cruzada e conferimos todos os ingredientes no site da APC (Associação Portuguesa de Celíacos) e com a própria pessoa que faz a encomenda para garantirmos que tudo corre bem e que conseguimos realmente ser relevantes na vida das pessoas com o produto que fornecemos.

Também neste caso, o leque de combinações possíveis é alargado?

Nestes casos o leque de combinações não é tão alargado mas acreditamos que temos opções suficientes para chegar à maioria dos consumidores. Em todo o caso, tudo aquilo que não existe é uma oportunidade para criar algo novo. Estamos sempre muito atentos ao que os clientes nos dizem, se existir um pedido especial, diferente do que habitualmente fazemos, vamos avaliar a situação e certamente que faremos tudo para corresponder à expectativa.

Existem opções corporate para empresas ou restaurantes?

Sim, com o teletrabalho a chegar a muitas empresas de diferentes sectores, recebemos alguns pedidos para acções em datas festivas como a Páscoa ou alguma data importante para a empresa em que entregámos versões especiais em casa dos funcionários. Outra área onde queremos aumentar a nossa presença a curto prazo é a restauração, para a qual temos versões de mini tarteletes individuais para os restaurantes poderem ter na sua carta de sobremesas. Nesse caso, fazemos um estudo prévio das sobremesas que o espaço já tem e tentamos introduzir uma ou duas referências que criem diferenciação.

E edições especiais?

Também temos ao longo do ano edições especiais que são limitadas no tempo, só existem em determinada altura. Aconteceu no Natal quando tivemos tartes de Ferrero Rocher e Raffaello; no Dia dos Namorados tivemos opções mini para partilhar a dois; na Páscoa tivemos uma edição de Kinder. É importante estar atento às nossas redes sociais porque avisamos sempre com alguma antecedência quando é que essas edições estão disponíveis.

Onde é possível encontrar a Xake n’bake?

A Xake n´bake tem o seu próprio site – www.xakenbake.pt – e as suas redes sociais onde diariamente comunica com os seus seguidores e apresenta todas as novidades. Entregamos na área da Grande Lisboa e Margem Sul. Qualquer situação fora deste raio geográfico terá de ser avaliada caso a caso.

Têm planos de expansão em mente?

A expansão é algo que tem de estar sempre presente na nossa mente, se não for para crescer não vale a pena iniciar nenhum projecto, ainda que não seja expectável que as coisas se precipitem nesse sentido num futuro a curto prazo. Não colocamos demasiada pressão sobre esse objectivo. Queremos continuar a crescer de forma sustentável e mantendo a qualidade não só dos produtos mas também do relacionamento que tentamos estabelecer com todos os clientes que nos procuram.

Texto de Filipa Almeida

Artigos relacionados