Maioria da Geração Z é neurodivergente. Como podem as empresas adaptar-se?

A Geração Z está a transformar o mercado de trabalho de uma forma – talvez – nunca antes vista. Até 2025, espera-se que represente 30% da força de trabalho global, e estudos recentes indicam que cerca de 50% desse grupo se identifica como “definitivamente” ou “de alguma forma” neurodivergente — ou seja, possuem processos cognitivos e comportamentais diferentes dos considerados “neurotípicos”. Sob este espectro estão diagnósticos como autismo, défice de atenção e hiperatividade (TDAH), dislexia, entre outros.

Atualmente, cerca de 20% da força de trabalho já é neurodivergente, mas a ascensão da Geração Z promete uma mudança significativa. Neste contexto, as empresas que apostam na neurodiversidade acabam por conseguir ter acesso a um leque único de talentos e perspetivas.

Ao contrário das gerações anteriores, os jovens profissionais de hoje valorizam a flexibilidade, a inovação e o impacto social, tornando assim a inclusão da neurodiversidade um fator estratégico para as empresas.

A Fast Company elaborou um conjunto de aspetos essenciais que moldam a abordagem da Geração Z ao mercado de trabalho, nomeadamente a flexibilidade e personalização. Muitos profissionais neurodivergentes prosperam em ambientes que permitem ajustes na iluminação, níveis de ruído e design do espaço, ou seja, organizações que oferecem estas adaptações conseguem atrair e reter os melhores talentos.

Depois a aptidão tecnológica e pensamento complexo são também um fator. Estudos indicam que indivíduos neurodivergentes destacam-se no reconhecimento de padrões e na análise de dados, sendo ideais para setores como inteligência artificial, cibersegurança e engenharia. Empresas como a Microsoft e o JPMorgan Chase já investem ativamente em programas de recrutamento direcionados para este público.

Outro aspeto é o trabalho com propósito. Resolver desafios como as alterações climáticas, a saúde mental ou a inovação médica é um fator determinante para a Geração Z e as empresas que apostam no impacto social e na inovação conseguem maximizar o potencial destes talentos.

Artigos relacionados