Lucros da Sonae recuam 24% até Setembro

O grupo Sonae registou um resultado líquido atribuível aos accionistas de 64 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que representa uma quebra de 24% em relação aos 84 milhões de euros arrecadados em igual período do ano passado.

Os resultados devem-se sobretudo à “não existência de ganhos não recorrentes associados à venda de activos” pela Sonae Retail Properties (versus os 16 milhões de euros registados nos primeiros nove meses de 2011), bem como à “desvalorização de centros comerciais em Espanha e Portugal”, explica o grupo em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Os resultados foram ainda penalizados pelo facto de o nível de consumo privado no mercado ibérico ter sido “fortemente influenciado pelas medidas de austeridade implementadas em ambos os países, destinadas à correcção dos seus desequilíbrios macroeconómicos”. Neste contexto, o volume de negócios (excluindo gasolineiras) da Sonae recuou 2% em termos homólogos para 3,94 mil milhões de euros, e o grupo estima que as vendas a retalho no mercado doméstico tenham caído mais de 5% no período em análise.

Em sentido contrário, entre Janeiro e Setembro, o EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) recorrente do grupo liderado por Paulo Azevedo atingiu 436 milhões de euros, 4% acima do montante acumulado no período homólogo, enquanto a margem EBITDA consolidada subiu 0,3 pontos percentuais para 11%. “Esta evolução positiva foi determinada pelo crescimento do EBITDA recorrente nos negócios de retalho alimentar e de telecomunicações”, destaca a dona do Continente e da Optimus.

Em relação às áreas de negócio, a Sonae MC, unidade responsável pelo retalho de base alimentar, atingiu um volume de negócios de 2,4 mil milhões de euros, menos 1% em relação ao período homólogo, representando 60% do volume de negócios total do grupo. Já a Sonae SR, responsável pelo retalho não-alimentar, obteve 846 milhões de euros (menos 2% em termos homólogos), contribuindo para 21% do volume de negócios total do grupo.

Entre Janeiro e Setembro, o investimento do grupo ascendeu a 177 milhões de euros, “tendo sido essencialmente alocado à remodelação e manutenção dos activos de retalho na Península Ibérica e, no caso da Sonaecom, ao desenvolvimento da rede de telecomunicações, nomeadamente a implementação da rede 4G”, refere a Sonae.

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