Lucros da Sonae recuam 22% no primeiro semestre
A Sonae encerrou o primeiro semestre do ano com um resultado líquido de 36 milhões de euros, o que representa uma quebra de 22% face aos 47 milhões de euros acumulados no período homólogo. No que diz respeito aos lucros atribuíveis aos accionistas, que se cifraram em 20 milhões de euros, a quebra (-44%) foi ainda mais acentuada.
O resultado líquido «registou os impactos do aumento do custo da dívida e dos resultados indiretos negativos associados às avaliações de centros comerciais na Península Ibérica», fatores que «estão, naturalmente, dependentes da evolução da situação económica e de crise de dívida soberana em Portugal e Espanha», explica em comunicado Paulo Azevedo, CEO da Sonae.
No primeiro semestre, o volume de negócios consolidado do grupo recuou 2% para 2,53 milhões de euros. Tendo em conta que, durante o primeiro semestre, “tal como esperado, as medidas adicionais de austeridade implementadas em Portugal e Espanha condicionaram fortemente os níveis de consumo privado em ambos os países”, esta performance “só foi possível graças a novos ganhos de quota de mercado, que foram evidentes no negócio de base alimentar e não-alimentar”, segundo a empresa.
Já o EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) subiu 1% em termos homólogos, para 266 milhões de euros, enquanto o EBITDA recorrente aumentou 7% para 269 milhões de euros, de acordo com o comunicado emitido pela Sonae.
Por áreas de negócio, a Sonae MC (responsável pela distribuição alimentar) obteve vendas consolidadas no valor de 1,54 milhões de euros, “quase em linha com o ano anterior”, enquanto o EBITDA subiu 16% para 95 milhões de euros, “um resultado muito positivo no actual contexto de retracção de consumo”, comenta a Sonae. Já a Sonae SR (retalho especializado dentro e fora de Portugal) alcançou vendas de 544 milhões de euros entre Janeiro e Junho, menos 1% em relação ao mesmo período do ano passado, sobretudo devido a um crescimento de 20% das vendas internacionais.
No primeiro semestre, o grupo investiu um total de 111 milhões de euros, alocados sobretudo “à remodelação e manutenção dos activos de retalho em Portugal e, no caso da Sonaecom, ao desenvolvimento da rede de telecomunicações, nomeadamente a implementação da rede 4G”.