Lisboa na mira do IED para abertura do primeiro pólo em Portugal
Já teve início mais uma edição do ModaLisboa, o evento que traz consigo as tendências futuras da moda, assim como dá a conhecer novos nomes e apostas deste mundo. É especificamente através do Sangue Novo, um projecto inserido no evento, que o talento jovem português será alavancado.
Mas este ano há surpresas. O Istituto Europeo di Design (IED) vai marcar presença já no dia 11 com um desfile onde sete dos seus licenciados vão dar a conhecer as suas criações. Nicolò Artibani, Lorenzo Attanasio, Alessandro Bonini, Gaia Ceglie, Luca De Prà, Giovanni Marchetti e Maria Eleonora Pignata são os alunos em questão e que mostram um futuro já muito promissor enquanto designers.
Sob o mote “Future Starts Slow”, o desfile vai alertar os espectadores para a sustentabilidade da moda e da sua produção, dando uma imagem do estado actual da indústria e uma visão pessoal, mas que, no entanto, é filtrada pelas mudanças que a pandemia impôs às vidas de cada indivíduo.
A participação do IED, contudo, não se resume ao desfile, já que irá proporcionar ao designer português vencedor do Sangue Novo – Çal Pfungst, Darya Fesenko, Inês Barreto, Molly 98 e Niuka Oliveira – um Master em Fashion Design no IED Milão, no valor de 20.100 euros, a iniciar-se em Janeiro de 2024.
Esta é a segunda vez que o IED viaja de Itália a Portugal para fazer parte de uma edição da ModaLisboa e, desta vez, o regresso a terras lusitanas não se deve unicamente à vontade de ver como funciona a moda portuguesa. Em entrevista à Marketeer, Riccardo Balbo, director académico do Instituto, revela que há uma intenção de trazer para o nosso país um pólo IED, à semelhança dos que já existem em Espanha e no Brasil.
«Queremos perceber no que estão os jovens portugueses a pensar em termos de moda, design, como actuam e são ensinados. Para nós, [a colaboração com o ModaLisboa] é uma forma de entender a temperatura, a cor, a textura do que se está a passar aqui», afirma Riccardo Balbo.
Por enquanto, ainda nada é certo no que toca à disponibilização em Portugal do programa académico que anualmente forma pelo menos 10 alunos que têm elevadas probabilidades de serem os próximos grandes designers do mercado mundial. Porém, a expectativa é que dentro de dois anos o IED possa trazer para cá a metodologia italiana da moda e do design. E, claro, fazer parte do processo de formação do próximo it desinger português.
Texto de Beatriz Caetano