Lisboa é exemplo europeu na regulação do uso de trotinetes

Estudo da Deloitte, em parceria com a Bolt, revela que uma regulação mais leve resulta numa maior concorrência entre operadoras, preços mais acessíveis e num aumento da utilização.

Entre as 155 cidades abrangidas pelo estudo, Lisboa – a par de Düsseldorf, na Alemanha – é tida como exemplo de boas práticas.

A implementação de regras mais flexíveis para trotinetes pode beneficiar os utilizadores. São estes os resultados de um estudo recente da Deloitte, apoiado pela Bolt – o primeiro a analisar o impacto dos diferentes modelos de regulação deste meio de mobilidade em 155 cidades europeias.

Para fazer esta análise, a consultora agrupou os modelos de regulação em três categorias: a leve, que consiste em mercados abertos e com regulações padrão; a moderada em regimes de autorização; e a mais rigorosa em concursos públicos.

Segundo os dados publicados, regulações leves e moderadas resultam numa maior concorrência entre operadoras, o que por sua vez se traduz em preços mais acessíveis e maior utilização.

«Na Europa, há uma percepção de que as regulações mais rigorosas são mais eficazes na monitorização e gestão dos serviços de micromobilidade. No entanto, este estudo vem refutar tudo isso. Os modelos de regulação leves e moderados podem oferecer o grau de controlo necessário», afirma Stijn Vandeweyer, da Deloitte belga.

Entre as cidades abrangidas pelo estudo, Düsseldorf, na Alemanha, e Lisboa – ambas com modelos de regulação flexíveis – são apontadas como exemplos destas boas práticas, já que têm zonas de estacionamento obrigatórias estratégicas, funcionalidades de segurança e licenças de utilização especiais, aplicadas dentro de estruturas que se adaptam ao crescimento do serviço.

Por outro lado, em cidades com regulamentação mais rigorosa, os utilizadores pagam aproximadamente 19% mais por viagem, além de se fazerem menos trajectos por residente.

Face a estes resultados, Frederico Venâncio, responsável de micromobilidade da Bolt para Portugal e Espanha, considera fundamental «incentivar o uso de trotinetes para causar um impacto económico, social e ambiental positivo a longo prazo».

E acrescenta: «somos uma operadora que trabalha com diferentes regimes em todo o mundo, mas acreditamos que a acessibilidade deve ser o foco na transição para a mobilidade partilhada».

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