Lime passa de quebra de 95% para alternativa em tempo de distanciamento

Tal como grande parte dos negócios, também a Lime sofreu com a pandemia de COVID-19. Segundo o CEO Wayne Ting, registou-se uma quebra de 95% no número de viagens através das trotinetes da plataforma. Em entrevista ao The Verge, explica que assim que as pessoas começaram a ficar em casa deixou de haver necessidade de usar o serviço.

Porém, à medida que o mundo começou a desconfinar, também o negócio ganhou outra vida e até saiu reforçado. Depois de ter comprado as bicicletas Jump da Uber em Maio, a Lime vê agora o número de viagens a aumentar de novo, tendo mesmo atingido um novo marco: 200 milhões de viagens. No próximo ano, espera tornar-se lucrativa.

«Uma das coisas que tem sido muito surpreendente para nós é como o negócio da Lime recuperou e como recuperou com força. (…) Não acho que seja porque o mundo tenha voltado ao nomral. Acho que é porque estamos a ver uma mudança de formas tradicionais de transporte, e particulamente o carro, para outras formas», explica do CEO.

Ainda antes da pandemia, em Janeiro, a Lime não se encontrava no melhor momento, tendo mesmo despedido 14% dos seus trabalhadores e retirado trotinetes de 12 cidades. Hoje, o cenário é outro. A pandemia obrigou ao distanciamento e as pessoas parecem preferir trotinetes e bicicletas – ainda que partilhadas – do que entrar num autocarro ou comboio.

O número de viagens actual continua a apresentar uma quebra em relação ao ano passado, mas a comparação face à generalidade da crise faz com que a empresa esteja confiante de que será capaz de crescer (e não apenas sobreviver). Neste momento, sente falta dos turistas e de quem usa a trotinete para chegar ao trabalho, mas conquistar novos utilizadores que fogem dos transportes públicos poderá ser transformador para o negócio.

«As pessoas procuram uma forma de se movimentarem com distanciamento social. E o que é óptimo em relação às bicicletas eléctricas e às trotinetes é que só têm um passageiro e são ao ar livre. Estão a permitir que as pessoas voltem às ruas e que o façam em segurança», acrescenta Wayne Ting.

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