Líderes que privilegiem emoções dos trabalhadores têm 2,6 vezes mais probabilidade de sucesso

Os factores complexos que influenciam o sucesso ou o fracasso de uma transformação empresarial estão enraizados nas emoções humanas, conclui o estudo “Liderança da Transformação: os seres humanos no centro” da EY (Ernest & Young) e da Saïd Business School, da Universidade de Oxford.

De acordo com os dados, os líderes que privilegiam as emoções dos trabalhadores nas suas transformações têm 2,6 vezes mais probabilidade de serem bem-sucedidos do que aqueles que não o fazem.

Além disso, relativamente a transformações de alto desempenho, mais de metade dos inquiridos (52%) diz que a sua empresa lhe deu o apoio emocional de que necessitava durante o processo. Inversamente, a tensão emocional dos trabalhadores aumenta 136% durante uma transformação pouco satisfatória.

«A organização centrada no ser humano é uma organização que existe para cumprir um propósito para as pessoas – o consumidor, o colaborador, o cidadão –, e orienta todas as suas actividades de inovação e operações em torno dessas pessoas. O estudo mostra-nos que o resultado de uma transformação bem-sucedida é uma espécie de nova cultura empresarial, onde se destacam a digitalização e o pensamento inovador, só conseguida através da colocação das pessoas no centro de tudo o que fazemos», explica, em comunicado, Sérgio Ferreira, executive director e Consumer Products and Retail leader da EY Portugal.

O estudo conclui também que maximizar o impacto emocional de seis factores-chave pode aumentar a probabilidade de sucesso da transformação. São eles:

  1. Adaptar e estimular as competências de liderança: os trabalhadores classificam a liderança como o principal impulsionador, independentemente do sucesso ou fracasso da transformação.
  2. Criar uma visão inspiradora em que os trabalhadores possam acreditar: quase metade (49%) dos inquiridos numa transformação de alto desempenho diz que a visão é clara e convincente em comparação com 27% dos que se encontram numa transformação de baixo desempenho.
  3. Construir uma cultura que inclui e capacita a opinião de todos: os líderes têm de aproveitar as emoções certas para manter os trabalhadores envolvidos e motivados, dando apoio emocional suficiente para evitar ansiedade e burnout.
  4. Definir responsabilidades claras e estar preparado para a mudança: os líderes devem fornecer a estrutura e a disciplina, bem como a liberdade criativa para explorar e inovar, ao mesmo tempo que criam autonomia para a organização executar a sua visão.
  5. Utilizar a tecnologia para impulsionar acções visíveis: os líderes devem, desde cedo, demonstrar o valor das novas abordagens proporcionadas pela tecnologia e rodear-se dos influenciadores e dos que primeiro adoptam essas abordagens para que todos os outros trabalhadores os sigam.
  6. Encontrar as melhores formas de estabelecer uma ligação e de criação conjunta: os líderes precisam de criar um espaço seguro onde possam surgir novas formas de trabalho para estimular a inovação, o envolvimento e o trabalho gratificante.
Artigos relacionados