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Lembra-se do famoso vestido branco e dourado? Fenómeno viral fez 10 anos e há lições de marketing a retirar
Em fevereiro de 2025, completam-se 10 anos de um dos fenómenos virais mais memoráveis da Internet: o debate sobre a cor de um vestido que gerou discussões um bocadinho em todo o mundo. A imagem, publicada no Tumblr pelo usuário Swiked, levantou uma questão aparentemente simples: o vestido era branco e dourado ou azul e preto?
O Buzzfeed impulsionou a viralidade do caso, levando a polémica às massas e, em poucas horas, hashtags como #whiteandgold e #blackandblue dominaram as redes sociais, gerando mais de 700 mil tweets em apenas 10 horas. O fenómeno saltou dos ecrãs para as discussões de família e chegou até a ser notícia pelo insólito do mesmo.
Mas que lições podemos retirar do potencial viral do vestido para o campo do marketing ou da publicidade?
A explicação científica que explica as diferenças de percepção da cor envolve a “constância parcial da cor”, como explicou Julio Lillo Jover, professor da Universidade Complutense de Madrid ao jornal “El País”. Uma vez que o nosso cérebro ajusta a percepção das cores com base na iluminação e no contexto, permitindo que identifiquemos uma camisa branca mesmo em um ambiente escuro, estes dois fatores podem influenciar as cores que vemos e como as vemos.
No que ao marketing diz respeito, há lições a retirar, como o poder da viralidade. Um simples elemento visual pode gerar discussões em massa e, consequentemente gerar envolvimento global.
Também há que ter em atenção a subjetividade da percepção de cada consumidor. As cores e outros estímulos visuais não são interpretados da mesma maneira por todos, o que reforça a importância de considerar diferenças individuais nas campanhas.
É importante ainda o impacto do contexto porque fatores como iluminação e o ambiente influenciam a percepção visual e devem ser levados em conta na criação de anúncios.
O caso mostrou ainda que temas que gerem debates podem impulsionar interações, mas a estratégia deve ser usada com cautela para evitar polémicas negativas.
Uma década depois, o vestido continua a revelar-se o exemplo perfeito de como percepção, tecnologia e redes sociais podem unir-se para criar discussões que ficam na memória na cultura digital.