Kiss, a agência de ex-Ativism que querem beijar as marcas

Chama-se Kiss e é das mais recentes agências no mercado português. António Fuzeta da Ponte, Paulo Afonso e Pedro Batalha são os nomes que dão rosto a um projecto que quer “beijar” as marcas. No fundo, desenvolver ideias simples mas com impacto.

«A nossa ideia é dar às marcas histórias e enredos que cheguem aos consumidores», explica António Fuzeta da Ponte que, no seu percurso, conta com uma passagem pela equipa de Edelman PR Worldwide nos EUA de onde regressou para integrar a Telecel e ser responsável pela Comunicação da marca Yorn. Na Vodafone Portugal foi responsável pelos Eventos e Patrocínios e, em 2005, juntou-se à Desafio Global, como director de Marketing e posteriormente como director de Serviço a clientes do Sistema Ativism. Paulo Afonso passou pela BBDO, TBWA, Fischer e Ativism. Com a conta da McDonald´s assumiu as funções de director criativo. Por sua vez, Pedro Batalha integrou a Opal, no Porto, passou pela BBDO, Touch me Red Cell, Strat, Lintas, Fuel, Fischer e Ativism.

Como é que a Kiss se apresenta? Diz não ser só agência bellow the line, não fazer apenas storytelling e acreditar no poder do beijo para acordar marcas adormecidas. «É uma metáfora da aproximação e da relação que tem de existir entre as ideias e os objectivos das marcas, assim como, das histórias que estas querem contar, da vida das pessoas. Se um beijo for bem dado, geram-se emoções, partilhas e um relacionamento. É aí que entram as boas ideias e é aqui que entra a Kiss», explicam os fundadores. «O que queremos é ter boas ideias para aplicar em qualquer plataforma mas, acima de tudo, trabalhar no digital», sublinha ainda António Fuzeta da Ponte. E este trabalho já tem vindo a ser implementado em clientes como Leroy Merlin, Canais Tv Cine, Hollywood ou Deutsche Bank, Sony Mobile e FNAC.

Em termos de campanhas desenvolvidas pela Kiss, a mais recente foi a de reposicionamento da Fnac. Uma campanha multimeios que se inspira na experiência em loja e em que o conceito se centra na capacidade de abstracção “Quando desligas do mundo, ligas-te a ti”. A nova assinatura lança o desafio: “Desliga-te”. «Outro trabalho que nos deu um especial prazer foi a App “A minha lista de natal” Deutsche Bank. Com o objectivo de associar a marca ao rigor financeiro e permitir que ninguém se esquecesse dos presentes, conseguiu 1797 downloads iOS e 1973 downloads android, em apenas três semanas. Esta app ilustra a nossa capacidade de ter ideias para diferentes plataformas. Num registo mais tradicional, sublinhamos a eficácia da campanha de promoção do Aquário Vasco da Gama em parceria com o Oceanário, com o objectivo de aumentar o número de visitas ao Aquário. Em pouco mais de duas semanas, o número de visitantes aumentou cerca de 1320%. Finalmente, com a Sony mobile desenvolvemos uma campanha digital para promover o lançamento o Xperia Z5 Premium que no total alcançou mais de um milhão de visualizações», contam os três fundadores que garantem ter total sintonia e uma mão cheia de afinidades entre si.

De resto, ainda não tinham a ideia de lançar a Kiss e já desenhavam projectos em comum. Como a uma ideia que acabou por se tornar numa campanha premiada, o Vote CR7, onde deram início a um movimento de apoio a Cristiano Ronaldo à conquista da Bola de Ouro. «A campanha viveu em dois anos consecutivos e em ambos os momentos aproveitámos o contexto – as declarações de Blatter e Platini foram o rastilho para uma acção de grafittis nas ruas de Barcelona, e mais tarde, um vídeo na “casa” do francês». E foi precisamente o sucesso destas ideias, que passaram do offline para o online e que se tornaram virais, que acabariam por formar o ADN da nova agência e de levar os três a dar o passo e abrir a porta, precisamente no Dia Mundial do Beijo.

Para já, a equipa quer-se pequena – são 10 no total – recorrendo a Kiss a colaboradores externos para algumas soluções em particular. Mas a ambição, essa é grande, conforme declara António Fuzeta da Ponte: «Sermos bons e reconhecidos pelas marcas, clientes e consumidores, e irmos trabalhar fora, em mercados como o Médio Oriente ou Europa».

Texto de Mª João Vieira Pinto

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