JWT: Afinal a publicidade está viva

A agência JWT promoveu ontem, no primeiro dia da Advertising Week, que decorre em Nova Iorque, um funeral simbólico para a publicidade. Porém, o evento acabou por se transformar numa celebração à indústria.

O cenário foi montado para simular um funeral real: os oradores convidados, profissionais ligados ao marketing e à comunicação, fizeram os seus elogios, o coro cantou vários jingles publicitários clássicos, e as flores e velas decoraram o Times Center, transformado momentaneamente numa igreja. No entanto, já quase no final da cerimónia, o caixão (colocado literalmente na sala) foi aberto e… nada estava no seu interior. O ambiente pesado tornou-se, subitamente, numa festa, e os jingles nostálgicos deram lugar à canção “Oh Happy Day”.

«Limpa as lágrimas, mundo. No arranque da Advertising Week encontrámos um caixão vazio e fomos recordados de que a publicidade está viva e de boa saúde, apesar do que muitas manchetes e líderes de opinião proclamam», afirma a JWT numa nota publicada no seu blogue.

O funeral «foi um dispositivo que nos obrigou a celebrar todas as coisas positivas que nós adoramos nesta indústria. Frequentemente damos por nós a olhar apenas para o lado negativo. E muitos dos artigos que anunciam a morte disto ou daquilo esquecem-se de tudo aquilo que resiste: a criatividade, a oportunidade, a excitação, a capacidade de inventar. Para nós, estas são as coisas que queremos celebrar», explica Ryan Kutscher, um dos criativos da JWT que conduziram o evento. «Ironicamente, organizar um funeral acabou por ser a “cerimónia” mais positiva em que poderíamos ter apostado para trazer todos estes elementos à tona. Mas serviu também como uma espécie de aviso, uma vez que os nossos convidados apresentaram de forma eloquente algumas das coisas que precisamos de mudar, sob pena de um dia virmos a realizar um funeral a sério», acrescentou.

O evento “In Memory of Avertising” (“Em Memória da Publicidade”) contou com convidados como Gerry Graf, fundador da Barton F.Graf 9000, Cindy Gallop, ex-chairman da BBH, e Charlotte Beers, reconhecida como uma “lenda da publicidade”. Mas outras figuras pioneiras na indústria, como Bill Bernbach, David Ogilvy, Leo Burnett e J. Walter Thompson “ressuscitaram” graças às novas tecnologias e, num ecrã gigante, reclamaram contra o facto de estar a ser realizado um funeral para a publicidade. Foram, aliás, estas “lendas” que incentivaram os criativos da JWT a abrir o caixão.

Veja o vídeo do evento.

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