Johnson & Johnson paga multa milionária por fraude e suborno
A companhia farmacêutica norte-americana Johnson & Johnson aceitou pagar uma multa de 2,2 mil milhões de dólares (cerca de 1,63 mil milhões de euros) para pôr fim às investigações sobre fraude e suborno de que era alvo, anunciou o Departamento de Justiça norte-americano. A empresa era acusada pelas autoridades de promover alguns medicamentos para usos não aprovados.
O acordo alcançado com o Governo federal norte-americano e 45 Estados daquele país põe cobro a uma investigação que durava há 10 anos e que incidia sobre o Risperdal Consta, um medicamento para tratar a esquizofrenia em adultos e um dos best-sellers da empresa. De acordo com o Departamento de Justiça norte-americano, entre 1999 e 2005 a Johnson & Johnson e a sua subsidiária Janssen Pharmaceuticals promoveram o medicamento para outros fins que não tinham sido aprovados pela Food and Drugs Administration (FDA) – o regulador do mercado farmacêutico norte-americano -, como o tratamento da demência, da ansiedade, de problemas mentais em crianças ou o controlo da agressividade.
A Johnson & Johnson foi alvo de investigações semelhantes no caso do Invega, um antipsicótico, e do Natricore, um medicamento para problemas relacionados com o coração. A companhia de cuidados de saúde era ainda acusada de ter subornado farmacêuticos do grupo Omincare para que prescrevessem medicamentos produzidos por si.
Apesar de ter aceite pagar a multa, a Johnson & Johnson negou todas as acusações. «Este acordo multimilionário demonstra o empenho do Departamento de Justiça em prevenir e combater todos as formas de fraude no sector dos cuidados de saúde. E prova a nossa determinação em responsabilizar qualquer empresa que infrinja a lei e que enriqueça às custas dos consumidores norte-americanos», afirma Eric Holder, procurador-geral dos EUA, citado pelo Financial Times.
Segundo a agência Bloomberg, entre 2003 e 2010 a Johnson & Johnson facturou 24,2 mil milhões de dólares (cerca de 17,9 mil milhões de euros) com as vendas do Risperdal Consta. Em 2007, este medicamento representou 6% das vendas globais da companhia.