Já pode pedir à Google para ser “esquecido”

google_rsDepois do Tribunal de Justiça da União Europeia ter definido o “direito a ser esquecido”, a Google já disponibiliza um mecanismo que permite a qualquer cidadão europeu exercer este direito. Ainda assim, Larry Page, CEO da companhia norte-americana, deixou duras críticas à decisão do tribunal.

Desde a passada sexta-feira, a Google disponibiliza um formulário online, através do qual os cidadãos europeus poderão pedir à empresa norte-americana para censurar links para outros sites que contenham informação desactualizada sobre si ou que lhe seja prejudicial. A eliminação de resultados só será efectiva nos motores de busca europeus, sendo que qualquer discordância, sobre que informação merece ser eliminada, será supervisionada por organismos nacionais de protecção de dados, esclarece a Google.

Para além disso, a companhia norte-americana pretende formar um comité, formado maioritariamente por especialistas externos, para aconselhar as suas equipas europeias sobre como lidar com a nova política da empresa. De acordo com o Financial Times, o comité será liderado por Eric Schmidt, presidente da Google, e contará com Jimmy Wales, o fundador da Wikipedia, bem como académicos e antigos reguladores de dados europeus.

A companhia espera, desta forma, encontrar um equilíbrio entre bloquear informação privada sobre os cidadãos europeus comuns e preservar os links para coisas do interesse público, tais como artigos sobre as práticas corruptas de governantes.

Numa entrevista concedida ao Financial Times, Larry Page, co-fundador e CEO da Google, afirmou que o “direito a ser esquecido” representa uma forma de atribuir poder aos regimes repressivos bem como uma ameaça à próxima geração de startups tecnológicas, que vão assim enfrentar uma regulamentação mais apertada. Mas garantiu que a Google vai fazer tudo para acatar as ordens do Tribunal de Justiça da União Europeia. «Somos uma grande companhia e podemos responder a este tipo de preocupações e gastar dinheiro para resolvê-as, isso não é um problema para nós», referiu Larry Page. «Ao regular a internet, não vamos ter o mesmo tipo de inovação que temos visto», alertou.

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