Iswari muda de imagem para ser mais transparente

Os pequenos-almoços, toppings, proteínas e macaccinos, bem como todos os outros produtos da Iswari estão diferentes. A marca portuguesa que quer pôr o País a comer de forma mais saudável com a ajuda de superalimentos decidiu renovar a forma como se apresenta ao público e duas razões estiveram na origem da mudança.

Em primeiro lugar, a vontade de ser mais transparente e de oferecer aos consumidores todas as informações possíveis sobre os produtos que estão a consumir. Gonçalo Sardinha, fundador e director-geral da marca, acredita que devemos saber exactamente aquilo que comemos e, por isso, fez questão de mandar analisar individualmente cada um dos produtos da Iswari, algo que, segundo acredita, nunca foi feito por qualquer outra marca no mundo por ser muito dispendioso.

Isto significa, em termos práticos, que nas novas embalagens da Iswari é possível ver claramente quais os ingredientes, informação nutricional e ainda sugestão de utilização. No novo packaging é ainda reforçado o facto de os produtos Iswari não conterem glúten, lactose ou qualquer ingrediente de origem animal. De acordo com Tiago Sousa, director de Marketing da marca, esta aposta tem como objectivo não só informar mas também inspirar o consumidor, pelo que também foram incluídas receitas nas embalagens.

A segunda razão que motivou a mudança de imagem prende-se com a vocação internacional que a Iswari assumiu. Presente em 18 países, a marca enfrenta uma concorrência mais forte nos mercados externos do que em Portugal. Urgia, por isso, melhorar e modernizar a identidade visual para que pudessem competir com as restantes marcas que habitam os corredores de lojas da especialidade em países como a Irlanda.

Os mercados internacionais representam 75% da facturação total da marca, deixando para Portugal apenas um quarto. Tiago Sousa explica à Marketeer que esta proporção se deve essencialmente à dimensão do País, já que, por exemplo, em Portugal existem cerca de 600 lojas da especialidade e em França existem cinco mil. «O potencial de mercado está noutros países porque também têm mais consumidores e mais pontos de venda», conclui. O responsável sublinha ainda que não se trata de uma questão de concorrência porque a Iswari é líder no segmento de superalimentos no mercado português e não enfrenta dificuldades nesse campo.

Tiago Sousa afirma ainda que é expectável que as vendas aumentem como consequência da nova imagem, embora não estejam planeadas campanhas de comunicação no sentido de promover as novidades noutro meio que não o ponto de venda. A Iswari está presente nas lojas Brio, Celeiro, Miosótis, Alfazema e outras dedicadas a produtos biológicos e alimentação saudável. E é assim que planeia continuar: «Nas grandes superfícies, o espaço dedicado a produtos orgânicos está a crescer. Mas a Iswari é uma marca premium e, neste momento, não quer entrar nesse canal. Existem outras marcas, com posicionamentos diferentes e não é de todo a nossa intenção entrar nesse canal.»

França é o mercado mais forte da Iswari, uma das razões que levará uma carrinha da marca a percorrer, no próximo ano, a zona de Côte D’Azur com produtos e propostas de comida crua. Por cá, Gonçalo Sardinha comenta que é mais difícil colocar projectos deste género a andar devido aos processos de licenciamento e burocracias. O fundador da Iswari não descarta, todavia, a aposta num projecto do género, bem como a abertura de uma loja própria, ainda que sem planos em concreto.

Ideias não faltam até porque Gonçalo Sardinha confessa estar casado com a empresa que fundou. O responsável acredita ainda que a Iswari poderá ser apenas o primeiro passo na mudança de vida de alguém: «Quem sabe se não acabam a praticar yoga numa montanha nos Himalaias.»

Em paralelo com a nova imagem, a Iswari lança também três novos produtos: Macarroba, Super Vegan Protein e Super Green Protein. Para o próximo ano fica prometido o lançamento de uma linha para crianças chamada “Pequeno Buda” e outra para praticantes intensivos de desporto. Tiago Sousa adianta ainda que a perspectiva de crescimento da facturação para este ano é de 55%, ascendendo aos 4,5 milhões de euros. O crescimento contínuo (no ano passado cresceram 60%) deve-se não só à expansão do número de mercados como também à consolidação naqueles em que a Iswari já estava presente.

Texto de Filipa Almeida

Artigos relacionados