ISAG: A importância das acessibilidades dos destinos: Porto e Gaia
Nos últimos anos, têm-se registado grandes mudanças na forma como a sociedade percepciona as pessoas com necessidades especiais. No entanto, a realidade mostra-nos que, em pleno século XXI, existe ainda uma grande falta de informação. Por esse motivo, a Fundação Consuelo Vieira da Costa (FCVC), através do seu Centro de Investigação em Ciências Empresariais e Turismo (CICET-FCVC), ao abrigo da operação NORTE-06-3559-FSE-000164 “Emprego altamente qualificado nas empresas ou em COLABS – Contratação de Recursos Humanos Altamente Qualificados (PME ou CoLAB)”, financiada pelo Fundo Social Europeu (FSE), encontra-se a desenvolver o projecto de investigação “Destinos Turísticos Acessíveis – Porto & Vila Nova de Gaia”. Neste âmbito, algumas das actividades estão a ser realizadas em parceria com o ISAG-European Business School, e pretende-se compreender de que forma os visitantes e residentes percepcionam as acessibilidades dos dois destinos.
Este estudo contou com a participação de 1595 respondentes. Destes, 67,1% eram visitantes, 22,2% indicaram ter algum tipo de necessidade especial e 68% conheciam alguém com uma qualquer necessidade. Face aos resultados, é fácil compreender que a morfologia urbana condiciona os acessos das mesmas. Os participantes consideram que as duas cidades têm no piso (calçada e desníveis) e nos obstáculos existentes nos passeios as suas maiores barreiras, mas no geral reconhecem que a população é sensível a questões de acessibilidades, mas que ainda existe necessidade de uma maior consciencialização e formação.
Está neste momento em desenvolvimento uma aplicação móvel que visa responder aos reais problemas das acessibilidades. O desenvolvimento da aplicação Be Able conta com a participação dos alunos ISAG. A aplicação compreenderá os seguintes elementos: informações de acessibilidade para locais turísticos; mapas interactivos com indicação de itinerários acessíveis, classificações e comentários de utilizadores para que se possa agregar valor com a user experience; opção de marcação dos locais visitados; entre outros.
Neste processo está ainda envolvido, como não poderia deixar de ser, um grupo de pessoas com necessidades especiais que têm como tarefas fornecer os inputs e testar a aplicação nas suas diferentes fases de desenvolvimento. Estamos certos de que assim conseguiremos criar um produto diferenciador que dê resposta, de uma forma mais eficiente, a todos os que de alguma forma necessitam de informações acerca das acessibilidades de vários pontos e atracções dos dois destinos.
Assim como Stella Simpson afirmou, acreditamos que “o turismo deve ser acessível para todos, independentemente de suas habilidades, e é nossa responsabilidade garantir que assim seja”.
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Turismo”, publicado na edição de Fevereiro (n.º 319) da Marketeer.