Interactividade (e não só): estas são as tendências que vão marcar o sector agro-alimentar

A pandemia afectou os mais variados sectores de mercado, incluindo o agro-alimentar. De forma a perceber como é que os comportamentos dos consumidores se alteraram desde 2020 e quais são as tendências que vão marcar esta indústria ainda este ano, a PortugalFoods desafiou a gestora do cluster do sector agro-alimentar português, a consultora internacional Mintel, a apresentar as conclusões do estudo “2022 Food & Drink Trends”.

Com base em inquéritos realizados a consumidores de vários mercados mundiais e, ainda, na identificação das tendências de inovação lançadas por marcas alimentares globais, os resultados demonstram que as empresas devem ajudar os consumidores a tomarem decisões com confiança, que protejam a sua saúde e a saúde do planeta. Para tal, a inovação e a criação de técnicas de rastreabilidade e de personalização dos produtos serão fundamentais para lançar o sector agro-alimentar no futuro.

O estudo prevê que as empresas “passem a fornecer informação actualizada sobre o progresso relacionado com as suas políticas a longo prazo (ou a admitir quando falham os seus objectivos)”. Deverão criar uma comunicação honesta e levá-la ao próximo nível, promover uma maior transparência através de sistemas de medição padronizados que avaliem o impacto nutricional dos produtos na saúde, associar o preço dos produtos à qualidade, valores e princípios éticos e criar uma proposta de valor que vá ao encontro das reivindicações emergentes.

De forma a corresponder às expectativas dos consumidores que “estão ansiosos por sair e abraçar novas experiências, testar limites e explorar novas situações”, as marcas alimentares têm de “disponibilizar produtos que ofereçam diversão e alegria, amplificando sabores, cores, texturas e aromas e que promovam interactividade com os alimentos e bebidas – seja através da formulação dos produtos, das campanhas publicitárias ou do design”, alerta o relatório. Para levar a interacção dos consumidores com os alimentos e as bebidas mais além, a Mintel salienta que existem “muitas oportunidades para gamificar as actividades quotidianas e estabelecer presença no metaverso”.

Por fim, e face aos longos períodos de tempo que as pessoas passaram em casa durante os dois últimos anos, o estudo aconselha as marcas alimentares e os serviços de restauração a criar espaços multifuncionais e criativos onde as pessoas se possam relacionar, comprar presencialmente ou online. Os novos conceitos devem celebrar identidades únicas e, ao mesmo tempo, ligar indivíduos com os mesmos interesses, tanto no analógico como no digital.

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