
Inteligência artificial da Apple pergunta a avó sobre vida íntima em transcrição inusitada
A tecnologia pode ter tanto de eficaz quanto de inusitado e a verdade é que ainda se perde na tradução. Que o diga a Apple, que viu sua funcionalidade de transcrição automática de voicemail gerar uma situação inusitada.
Louise Littlejohn, uma mulher escocesa de 66 anos, recebeu uma mensagem de um concessionário de automóveis que deveria ser um simples convite para um evento de vendas. No entanto, o sistema de inteligência artificial (IA) da Apple distorceu a mensagem de forma bizarra, incluindo linguagem ofensiva e uma referência inapropriada à sua vida íntima.
A Apple transcreveu a mensagem de correio de voz fazendo parecer que a empresa perguntava se Louise era “capaz de fazer sexo” e que a tinha ofendido.
Inicialmente, Littlejohn pensou tratar-se de um golpe. Isto porque o texto, gerado automaticamente pelo Visual Voicemail da Apple, usava termos depreciativos e fazia uma pergunta insólita sobre sua intimidade. Foi apenas ao reconhecer o número do remetente de uma compra anterior que percebeu tratar-se de um erro grave da tecnologia e não de um golpe intencional. “Inicialmente fiquei chocada — atónita — mas depois pensei que era muito engraçado”, contou Louise à BBC News.
Portanto, o que deveria ser uma comunicação institucional da Lookers Land Rover, de Motherwell, transformou-se numa gafe que poderia comprometer a relação com o cliente.
Embora a Apple ainda não tenha se pronunciado oficialmente sobre o caso, a situação reflete um problema maior: até que ponto as empresas podem confiar cegamente na inteligência artificial para interagir com os consumidores sem comprometer sua reputação?