«Instituições têm de ser mais transparentes nas suas contas e acções»

superbrand para siteHá muito que deixou de ser um tema reservado. A economia social, denominada de 3º sector, responde por 6% do PIB português. Uma realidade muito importante na economia portuguesa, garantiu Domingas Carvalhosa, vice-presidente da Grace, durante o debate “Marcas do terceiro sector – gerir a marca e gerir a reputação”, organizado e moderado pela Superbrands no âmbito da iniciativa Brandstorming – Conversas Superbrands.

Daí que as instituições tenham de ser cada vez mais transparentes nas suas contas e nas suas acções, sublinha Luís Névoa, director-geral da Cruz Vermelha Portuguesa, uma associação que tem tentado ter meios de controle e de supervisão das suas acções. «Isto é também muito importante para o prestígio das marcas que se associam à instituição», garante.

A responsáve da Grace não tem dúvidas em afirmar que «muitas IPSS deviam olhar umas para as outras, juntar-se e certamente teriam melhores resultados, mas alguns egos não permitem que isso aconteça». Ainda que considere positivo o proliferar desta pequenas instituições, o responsável da CVP defende que  essa questão dos egos leva a que as instituições muitas vezes se atropelem e façam concorrência umas às outras. «A CVP está em todo o País e preocupa-se em ocupar necessidades que não estão a ser cobertas», assegura Luís Névoa.

Acreditando que a sustentabilidade dos projectos tem de ser garantida, a CVP tem vindo a arranjar formas de o conseguir, nomeadamente estabelecendo alguns serviços lucrativos que possam sustentar as actividades de carácter social.

Rita Branco, directora de Comunicação do Montepio admite que muitos dos projectos que procuram a instituição mutualista em busca de apoios não têm sustentabilidade e modelos de gestão que lhes permita continuar. «Além do apoio financeiro, ajudamos com know how a saber gerir aquele valor», assegura. Aliás muitas vezes o apoio pedido não passa pela questão financeira, às vezes é know how, notoriedade ou recursos humanos.

Mas se é um facto que grandes marcas do terceiro sector, de que é exemplo a CVP, são activos importantes, também o é que hoje a competitividade é muito grande. «Hoje não é só a marca que vende, é preciso que os projectos tenham sustentabilidade e mais valia social. Nas pequenas instituições os projectos são muitas vezes interessantes e inovadores, mas duvido que tenham sustentabilidade», alerta o director-geral da CVP. A diferença do passado para a actualidade é que «hoje as empresas não ‘compram’ o apoio a uma instituição, mas sim a projectos». E depois, claro, há as marcas que se querem colar à notoriedade da instituição.

Texto e foto de Maria João Lima

 

 

Artigos relacionados