Instagram do peito
Quando é do peito, normalmente é porque se trata de algo que nos é querido, mas, neste caso, o peito é literal…
Em Abril de 2013 escrevi um artigo, aqui na revista Marketeer, sobre uma tendência no Japão, criada pela empresa Absolute Territory PR, que consistia em colar autocolantes publicitários nas coxas nuas das mulheres.
Dois anos depois escrevo sobre uma nova tendência, agora na Rússia – o Tittygram, ou se quisermos traduzir Instagram do peito -, uma empresa que faz publicidade das marcas no peito de jovens mulheres.
Será que agora, ao invés de outdoors ou mupis, vamos passar a usar os peitos femininos? É certo que as marcas procuram, todos os dias, inovadoras formas para comunicar e conseguir atingir o público-alvo, mas o peito? Really? Não será objectivação a mais? Os requisitos para ser modelo desta empresa são: ter mais de 21 anos e tirar selfies do seu peito com ou sem lingerie, deixado ao critério de cada uma. Segundo o site da empresa, tittygram.com, as mulheres que derem o “peito” à causa podem ganhar até $100,00 por dia.
Por sua vez, o serviço para as marcas custa entre $9,95 e $29,95 para o kit business. Vendem um serviço rápido, em que os clientes, depois de submeterem a mensagem online, terão o Tittygram no intervalo de uma hora.
Marcas do sector financeiro e banca, que estamos, à partida, habituados a ver com um posicionamento sério e confiável, já aderiram a este novo conceito. A Rocketback, uma aplicação para telemóvel com funcionalidades bancárias, a Touchbank, também uma aplicação móvel que oferece serviços financeiros e simplifica processos bancários, e a Hotellok, um site de comparação de preços de hotel, fazem parte da lista de clientes da empresa.
Mas será que este método sexista resulta? Apesar da elevada visibilidade nos meios de comunicação, em que a empresa da terra das matrioskas é notícia pelo posicionamento diferenciador, será que vende? Ao analisar os seguidores que a empresa conseguiu angariar nas diferentes redes sociais, diria que não! Com apenas 259 seguidores no Twitter, 143 no Instagram e 136 no Facebook, à data da entrega deste texto para publicação, acredito que o fracasso está destinado! E ainda bem! Afinal, este tipo de espaços publicitários, da startup russa, não será uma forma de prostituição?
Felizmente existe uma “cortina de ferro” de bom senso que protege a Europa Ocidental destas ideias.
Para ler o artigo na íntegra, consulte a edição de Maio de 2015 da revista Marketeer.