Insegurança financeira tira o sono a 33% dos portugueses

A insegurança financeira e o endividamento estão a prejudicar o sono de um em cada três portugueses, revela um estudo realizado no passado mês de Setembro, pela Emma – The Sleep Company. Num contexto de imprevisibilidade económica, mais de metade dos portugueses revela que se sente mais ansioso (54%) e cerca de quatro em cada dez inquiridos afirma mesmo sentir-se mais deprimido (39%) devido à actual conjuntura.

De acordo com os dados, que incide sobre a população entre os 16 e os 65 anos, um em cada quatro portugueses classifica negativamente a sua saúde mental: quase uma em cada três mulheres (32%) diz que tem uma saúde mental pobre, enquanto no caso masculino esse valor desce para (18%), aproximadamente um em cada cinco.

A esmagadora maioria dos inquiridos (81,8%) considera que o sono tem impacto na saúde mental. Cerca de 40% dos inquiridos revela não estar satisfeito com a qualidade do sono nas duas semanas anteriores ao estudo e um em cada quatro diz ter dormido cinco ou menos horas, com 28% a afirmar que dormiu menos do que é habitual.

Quando questionados sobre o impacto que dormir mal tem em múltiplos aspectos da sua vida, três em cada quatro portugueses falam em falta produtividade no trabalho, nos estudos e/ou nas tarefas domésticas (76%) e mais de metade destaca a subida dos níveis de ansiedade (63%), a diminuição da empatia (58%) e o aumento de sentimentos depressivos (55%). Quase metade (48%) considera que uma má noite de sono diminui a líbido (48%). Por fim, um em cada dez portugueses reconhece que já faltou ao trabalho em 2022 por ter dormido mal.

No top 5 de motivos que tiram o sono aos portugueses estão a insegurança financeira/endividamento (33%), a própria saúde mental/psique (28%), o custo de vida na região onde residem (26%), as perspectivas profissionais/segurança no emprego (25%) e a saúde física (23%). Entre os portugueses cujo sono é afectado negativamente pela insegurança financeira e pelo endividamento, é nas faixas etárias entre os 45 e 54 anos (46%) e os 35 e 44 anos (42%) que existe maior preocupação.

No que toca ao impacto das preocupações com a saúde mental no sono, é nos mais jovens (16-25 anos) que se regista o volume mais elevado de respostas (35%). O estudo também revela que 15% dos inquiridos usa soníferos todas as noites.

«O stress financeiro pode criar ansiedade, exaustão, relações tensas com parceiros, e afectar a produtividade, entre muitos outros efeitos nocivos para a saúde mental e para o sono. Embora procurar ajuda para a saúde mental seja fundamental, implementar as estratégias certas para garantir uma boa noite de sono é um óptimo primeiro passo e pode ter um forte impacto positivo na forma como lidamos com estes desafios», afirma, em comunicado, Theresa Schnorbach, psicóloga especializada em terapia cognitiva comportamental para insónia e Cientista do Sono na Emma – The Sleep Company.

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