
Informação falsa gerada por IA? Entenda o fenómeno da “alucinação” e saiba como reduzir riscos
Nos últimos anos, a inteligência artificial (IA) tem revolucionado o quotidiano, desde assistentes virtuais a sistemas de diagnóstico médico, tudo tem mudado com o uso crescente desta ferramenta. Contudo, o avanço tecnológico também traz desafios, e um dos mais preocupantes é a “alucinação de IA”, um fenómeno em que a tecnologia gera informação falsa ou inventada, apresentando-a como se fosse verdadeira. O impacto pode ser grave, desde a propagação de desinformação até decisões erradas baseadas em dados incorretos.
Este fenómeno acontece quando um modelo de IA, como um sistema de linguagem ou um gerador de conteúdo, produz respostas que não estão baseadas em factos reais. Prioriza-se a fluidez e coerência do discurso em detrimento da precisão e dos factos, levando a situações em que a IA pode até inventar citações, dados científicos ou mesmo acontecimentos fictícios.
Porque é que isto acontece? De acordo com o site Merca20, os modelos de IA funcionam com base em padrões estatísticos extraídos de grandes volumes de dados, sem verdadeira compreensão do que estão a processar. Quando confrontados com temas pouco representados nos seus dados de treino, tendem a “preencher lacunas” com informação plausível, mas não necessariamente correta ou factual.
Com isto, cresce o risco de propagação de informação falsa que pode comprometer a confiança do público. Tal impacta em sectores como a medicina, justiça e segurança, quando erros gerados por IA podem ter consequências irreversíveis. Um diagnóstico médico incorreto, um relatório judicial errado ou uma falha num sistema de segurança podem afetar vidas e instituições.
Como pode mitigar os riscos? Há várias formas de reduzir o risco “alucinação de IA”, nomeadamente supervisionar as respostas da IA antes de as divulgar, criar sistemas capazes de detetar inconsistências e evitar erros e sensibilizar o público para as limitações da IA, promovendo um uso mais crítico da tecnologia.
Com um uso consciente e regulado, a inteligência artificial pode continuar a ser uma ferramenta poderosa sem comprometer a precisão e a credibilidade das informações que gera, mas o seu conteúdo deve ser questionado e escrutinado antes de ser tomado como correto.